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13 de julho: Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

A psicóloga Soraya Oliveira pontua que normalmente o TDAH aparece na infância e segue na vida adulta em muitos casos

O dia 13 de julho é o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), criado para lembrar a importância da conscientização sobre isso e sobre os prejuízos que os portadores enfrentam em todos os espaços e contextos em que frequentam.

Conforme explica a psicóloga Soraya Oliveira, de Goiânia/GO, o TDAH é uma condição do neurodesenvolvimento, caracterizada por uma tríade de sintomas envolvendo desatenção, hiperatividade e impulsividade em um nível exacerbado e disfuncional para a idade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos, 5,2% nos indivíduos entre 18 e 44 anos e 6,1% em maiores de 44 anos. Cerca de 11 milhões de brasileiros são afetados pelo transtorno, conforme dados divulgados em 2022.

“Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e se manifestar de maneiras diferentes em crianças, adolescentes e adultos, mas os principais geralmente se enquadram em três categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade”, destaca a psicóloga.

Normalmente, o TDAH aparece na infância e, mesmo sendo normal as crianças serem mais ativas, é possível diferenciar os sintomas. Segundo Soraya, “eles causam sofrimento devido a própria agitação e inquietação que a criança sente, o que, às vezes, acaba criando situações constrangedoras por agitar os locais, principalmente, salas de aula e ambientes desconhecidos. Dificilmente a criança tem autocontrole diante da hiperatividade. Em mais da metade dos casos, o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos”.

Sem modismoMuitas pessoas minimizam o transtorno, dizendo se tratar de um modismo, mas a psicóloga rebate esse pensamento. Conforme enfatiza, “o TDAH é um transtorno neurobiológico, com base genética. O aumento de casos não é um mero ‘constructo’, mas fruto de uma maior conscientização e compreensão da condição. À medida que a sociedade se tornou mais informada, mais indivíduos passaram a ser identificados. Além disso, mudanças nas práticas de diagnóstico, incluindo a implementação de critérios mais abrangentes, também contribuíram para a melhor caracterização do transtorno nas pessoas”. 

Ela explica também que os impactos do aumento do transtorno são multifacetados e afetam sociedade, família e educação. “Lidar com pessoas que sofrem de TDAH nem sempre é fácil, devido às alterações de comportamentos na infância e dificuldades de atenção na fase adulta. No âmbito da escola, crianças com a condição, podem enfrentar dificuldades acadêmicas, desafios de comportamento e problemas de relacionamento com colegas e professores. Nos adultos, a dependência de substâncias, como drogas e álcool, é uma comorbidade bastante frequente em pessoas com essa condição”.

O tratamento é multidisciplinar. Adultos que sentem os sintomas ou pais que os percebam nos filhos devem procurar auxílio profissional imediato. O tratamento, normalmente, une psicoterapia, psicopedagogia e medicamentos.

Além do tratamento, a melhor forma de lidar com quem tem TDAH, orienta Soraya, é ter compreensão desse transtorno para melhor compreensão do comportamento tanto da criança como do adulto. “E não se deve utilizar nenhuma medicação se não for prescrita por seu médico diante dos sintomas que fecham o diagnóstico”, alerta a psicóloga.

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