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Novembro Azul alerta sobre o câncer de pênis

O tratamento em fase precoce pode evitar que muitos homens sejam submetidos a procedimentos mutiladores

Foto: Pixabay

Colocar esse tema em pauta no Novembro Azul contribui para conscientizar o público masculino sobre a importância de aderir a hábitos corretos de higiene do pênis, principal fator de risco da doença, e estar atento a sinais iniciais. Só no ano passado, no Brasil, o câncer de pênis levou a 719 amputações do órgão, considerando os procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desse total, 289 ocorreram na região Sudeste; 188, na região Nordeste; 143, na região Sul; 55, na região Norte; e 44 na região Centro-Oeste. Os números são altos para uma doença rara. Ela representa 2% do total de tumores masculinos. Ademais, um hábito simples, como a correta higiene do pênis diminui significativamente o risco da doença ou pode até evitá-la.

De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) do Ministério da Saúde, nos últimos 10 anos o país atingiu a média de 645 pênis amputados por ano. Além disso, de 2012 a novembro de 2022, no Brasil, foram registrados mais de 21 mil casos de câncer de pênis. A maioria em homens na faixa etária entre 50 e 70 anos. Um terço dos casos, em homens com menos de 50 anos.

O Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra também que de 2011 a 2021 foram registradas 4.592 mortes em razão dessa doença. “Portanto, no Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre os tumores do aparelho reprodutor masculino, o câncer de pênis, além das doenças oncológicas de próstata e testículo, é um tema que também precisa estar na agenda”, afirma o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

É possível prevenir – A prevenção do câncer de pênis começa pela conscientização sobre os fatores de risco. Entre eles, os principais são: falta de higiene do órgão; fimose, condição que pode ser corrigida com cirurgia, acontece quando o prepúcio encobre a glande, dificultando a higienização do pênis de maneira correta; infecções virais e comportamento sexual de risco. Nesse aspecto, igualmente importante, é incentivar a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavirus humano), responsável pela infecção sexualmente transmissível mais frequente do mundo. A vacina está disponível no SUS.

Sinais e sintomas – “O câncer de pênis é uma doença mutiladora. O homem deve estar atento a qualquer ferida que não cicatriza e buscar um médico para avaliação. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no tratamento e menor o risco de amputação do pênis”, explica Guimarães.

Além da ferida, outros sinais da doença são: dor, mudança na cor e textura da pele do pênis, crescimento ou lesão semelhante a verrugas que podem ou não ser dolorosas, coceira, erupção avermelhada, inchaço, corrimento persistente e fedido, linfonodos inchados na virilha.

Tratamento – É individual. Na maioria das vezes, a cirurgia é o principal tratamento adotado. Se o câncer estiver restrito ao prepúcio, pode ser realizada uma circuncisão. Tumores pequenos podem ser tratados com uma excisão simples, ou pela penectomia parcial. Para doença avançada, no entanto, é necessária a penectomia total, que consiste na remoção do pênis, com redirecionamento da uretra por trás dos testículos. “Nesses casos, uma uretrostomia (buraco) é feita para que seja possível urinar”, informa Guimarães, ao informar também que a radioterapia pode ser utilizada para tratar tumores em estágio inicial, combinada com a cirurgia, para remover linfonodos e para controlar a disseminação e ajudar a aliviar os sintomas em estágios avançados.

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