A fisioterapeuta intensivista Clarissa de Pinho Matos, do Hospital Vila da Serra: “a atenção para os sintomas da Covid 19 deve ser redobrada”
Em tempo de pandemia do novo Coronavírus torna-se de maior importância o tratamento de pacientes hospitalizados com a doença. A Fisioterapia Respiratória é uma subespecialidade da Fisioterapia e tem entre os seus objetivos melhorar a capacidade funcional geral do paciente e restaurar sua independência respiratória e física, diminuindo o risco de complicações associadas à permanência no leito, de forma a prevenir complicações. Em outras palavras, atua diretamente na reabilitação de pacientes críticos, gerando melhora das desordens respiratórias, cardiovasculares e musculares.
De acordo com a fisioterapeuta intensivista Clarissa de Pinho Matos, Coordenadora Assistencial da equipe de Fisioterapia do Hospital Vila da Serra, “nas Unidades de Terapia Intensiva – UTIs, esse profissional integra uma equipe multidisciplinar e, principalmente, no momento atual”.
Segundo ela, a atenção para os sintomas da Covid-19 deve ser redobrada, pois pode se confundir com os de uma gripe comum. “Eles são muito parecidos, como tosse, febre, garganta arranhando e perda do olfato. Alguns pacientes relatam até sintomas gastrointestinais. Porém, o que leva uma pessoa ao hospital é o agravamento desses sintomas ou o aparecimento de falta de ar”.
Ao dar entrada a uma instituição hospitalar, informa a fisioterapeuta intensivista Clarissa Matos, “o paciente com suspeita de covid-19 é avaliado pela equipe médica. Caso tenha apenas sintomas leves, não apresente falta de ar e tenha boa oxigenação, ele será encaminhado para tratamento em casa, devendo, contudo, permanecer em isolamento. O contrário, é encaminhado para a UTI, onde será tratado por uma equipe multidisciplinar, formada por vários profissionais, inclusive pelo fisioterapeuta respiratório, que o acompanhará por todo o tratamento”.
Segundo Clarissa Matos, cerca de 10% a 15% dos pacientes de Covid-19 evoluem com falta de ar e queda da oxigenação. “Se a taxa de saturação estiver menor que 94%, ele deverá receber oxigenação, podendo até mesmo ser intubado, sedado e colocado em ventilação mecânica”.
Sobre a recuperação do paciente, observa a especialista, ela está sujeita a uma tomada rápida de decisão da equipe, como intubar precocemente e ministrar a medicação adequada também o mais rápido possível. Do ponto de vista respiratório, quanto mais preparada a equipe de fisioterapia para as estratégias ventilatórias e um acompanhamento da parte muscular para que não haja perda da funcionalidade, mais rápida será a recuperação do paciente e melhor será as condições de alta.
“Pacientes com Covid-19, que ficam em estado crítico, têm sua alta em média com 20 dias, se não houver outras morbidades que atrasem ou dificultem a recuperação”, finaliza.