Acidentes domésticos: como agir antes da ambulância chegar

“Embora o treinamento profissional seja o correto, conhecer as orientações básicas pode empoderar qualquer pessoa a prestar a ajuda necessária em acidentes domésticos, de trânsito ou em outros cenários”, afirma médico

Foto: Freepik

Nos momentos críticos que seguem um acidente, a ação rápida e correta de quem está por perto pode ser a diferença entre a vida e a morte. Saber o que fazer nos primeiros socorros, antes mesmo da ambulância chegar, é importante para evitar que a situação se agrave e a vítima seja estabilizada. 

De acordo com o Ministério da Saúde, os acidentes domésticos foram a causa de 9,3 mil mortes em 2023, totalizando cerca de 25 óbitos por dia. As mais frequentes dessas mortes são quedas, engasgo e choque elétrico.

Conforme explica o clínico-geral Dr.Thiago Piccirillo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, “embora o treinamento profissional seja o correto, conhecer as orientações básicas pode empoderar qualquer pessoa a prestar a ajuda necessária em acidentes domésticos, de trânsito ou em outros cenários”. O primeiro passo, em qualquer emergência, orienta, é garantir a sua própria segurança e a da vítima. Em um acidente de trânsito, por exemplo, é fundamental sinalizar o local para evitar novas colisões. Em casa, se houver um vazamento de gás, a prioridade é tirar a vítima do local e só depois prestar socorro. “Uma vez que o ambiente esteja seguro, a ordem dos fatores é clara: ligar para o SAMU (192) ou Corpo de Bombeiros (193), fornecer o máximo de detalhes possível e, enquanto a ajuda não chega, agir com calma e precisão”.

Acidentes mais comuns – Nos cenários mais comuns de acidentes domésticos, o Dr. Thiago Piccirillo dá algumas dicas:

Algumas substâncias, como produtos de limpeza, podem causar ainda mais danos ao voltarem pelo esôfago. Se a pessoa estiver inconsciente ou não respirando, deite-a de lado para evitar que ela engasgue. Se for necessário e você souber, inicie a reanimação cardiopulmonar (RCP)”.

Se a substância entrou em contato com a pele ou olhos, lave a área com água corrente em abundância por pelo menos 15 minutos, tomando cuidado para não espalhar o produto para outras partes do corpo. Fique com a pessoa o tempo todo. A equipe médica precisará de informações sobre os sintomas, como dificuldade para respirar, vômitos, tonturas, etc.

Não dê leite, água, azeite ou qualquer outro alimento para a pessoa. A ingestão de líquidos ou alimentos pode acelerar a absorção da substância. Da mesma forma, não tente um antídoto caseiro. Muitos antídotos populares não funcionam e podem piorar a situação”, comenta o especialista.

Como agir em caso de picadas de inseto? – A maioria das picadas de inseto é inofensiva e causa apenas um leve desconforto. No entanto, é importante saber como agir para aliviar os sintomas e, em casos mais graves, buscar ajuda médica.

De cordo com o Dr. Piccirillo, “inicialmente, é preciso lavar a região da picada com água e sabão neutro, pois isso ajuda a remover qualquer resíduo e a limpar a pele. Usar uma compressa fria ou bolsa de gelo enrolada em um pano também ajuda a diminuir o inchaço e a coceira. Aplique na área da picada por cerca de 10 a 20 minutos, algumas vezes ao dia. Também evite coçar o local para não aumentar o inchaço, a vermelhidão e o risco de infecção.

Embora a maioria das picadas seja benigna, procure atendimento médico imediatamente se você apresentar algum destes sintomas: reações alérgicas, sinais de infecção (vermelhidão intensa, inchaço que piora, calor na pele, pus ou dor na região da picada) ou picadas múltiplas. As reações alérgicas, ressalta o médico, podem ser graves. Por isso, se atente a sintomas como inchaço do rosto, lábios, língua ou garganta; dificuldade para respirar ou chiado no peito; tontura, desmaio ou sensação de desmaio; urticária (erupções na pele) em locais distantes da picada. Por fim, procure ajuda também se você foi picado por muitos insetos de uma vez, ou se a picada for na boca, garganta ou ao redor dos olhos”.

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