Agosto Dourado: Aleitamento materno – ato de amor!

Pediatra, do grupo Neocenter, Bárbara Nogueira: “o ato estimula e fortalece a arcada dentária, previne contra doenças contagiosas, como a diarreia, diabetes e leucemia, dentre outros benefícios”

“Despertar a consciência sobre a importância da amamentação como fator fundamental para a saúde do bebê”. Este é o principal objetivo da campanha Agosto Dourado, tendo em vista que “uma criança mais saudável é, frequentemente, um adulto com menos problemas de saúde, o que representa um ganho para a sociedade em diversas frentes: econômica, psicológica e socialmente”, informa a pediatra Bárbara Carolina  Nogueira Valério, do grupo Neocenter de Belo Horizonte, Minas Gerais.

            O evento foi criado em 1992 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e, desde então, vem sendo realizado anualmente como forma de incentivar a amamentação em contraposição ao desmamem precoce. O Agosto Dourado busca, assim, reforçar a importância do leite humano para a alimentação do bebê.  A cor dourada da campanha está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno, destaca a pediatra, que tem especialização em Terapia Intensiva Neonatal e é consultora em amamentação.

Conforme explica, “o leite materno está relacionado ao desenvolvimento da inteligência do indivíduo, à redução do risco de doenças alérgicas, diminuição das chances de desenvolver doença de Crohn e linfoma. O ato estimula e fortalece a arcada dentária, previne contra doenças contagiosas, como a diarreia, diabetes e leucemia, dentre outros benefícios.

 Aleitamento Materno no Brasil

Estatisticamente falando, as taxas de aleitamento materno vêm crescendo no Brasil. Segundo pesquisa inédita coordenada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, a amamentação está presente na vida de crianças de até dois anos e suas mães. O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), encomendado pelo Ministério da Saúde, mostra também que metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses.

Dados da Fiocruz (2021), destacam também que quase todas as crianças brasileiras foram amamentadas alguma vez (96,2%), e que dois em cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%). Tais informações são importantes como estímulo a ações como o Agosto Dourado, uma vez que os benefícios da amamentação precisam ser reforçados e disponibilizados para toda população. “Através da informação a mãe terá consciência da importância do ato”, observa a Dra. Bárbara Nogueira, ao lembrar que existem estratégias públicas e privadas referentes à amamentação. “No Neocenter Maternidade, por exemplo, temos um Comitê de Aleitamento Materno do qual sou a médica coordenadora. Nosso objetivo é normatizar as atribuições e rotinas técnicas relacionadas e promover ações de conscientização e incentivo à amamentação. Em 2022, realizamos, gratuitamente, o 1º Curso de Amamentação para Gestantes”.

Conforme informa também, a Lei Federal 13.435, sancionada em 2017, instituindo o “Agosto Dourado”, foi um ato muito importante nessa direção. Da mesma forma, o art. 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que dá direito à mulher, durante a jornada de trabalho, ter  2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um, para amamentar o próprio filho, até que ele complete 6 (seis) meses de idade.

Benefícios

Até quando estão privadas de liberdade, as mães têm direito a alimentar o seu filho no peito e é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. Nesse sentido, a amamentação vai muito além de oferecer leite ao seu bebê. É indiscutível os benefícios para a saúde da mãe e do bebê através deste ato, mas é fundamental ressaltar que a segurança, o prazer e conforto transmitidos durante o aleitamento é fundamental para a construção de uma criança emocionalmente saudável. “Assim, sempre oriento às mães procurarem informações sobre o assunto, pois informação de qualidade é sua principal arma contra as dificuldades da amamentação”.

O leite materno, acrescenta Dra. Bárbara Nogueira, “é o melhor alimento para o bebê, quando não existe contraindicação. A amamentação é mais prática, mais econômica e evita o risco de contaminação no preparo de outros leites. Também merece destaque o fato comprovado de que o aleitamento materno cria um vínculo entre a mãe e o seu filho, proporcionando maior união entre eles. Há estudos que também sugerem que as crianças amamentadas são mais tranquilas, inteligentes e mais felizes.

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