Além da Covid-19, casos de dengue no país preocupam especialistas

A infectologista Andrea de Assis Cabral: “E em caso extremo,  é possível ter dengue e Covid-19 ao mesmo tempo”

         O Brasil e o mundo passam pela maior crise sanitária da nossa época com a pandemia do novo coronavírus. No entanto, além da Covid-19, o surgimento de novos casos de dengue no país preocupa os especialistas. Em Minas Gerais, a Secretaria do Estado de Saúde (SES) informa que, até dia 6 de abril, o estado registrou 14.052 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 4.718 casos confirmados para a doença.

De acordo com a infectologista da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Andrea Maria de Assis Cabral, “embora as duas doenças sejam virais, elas são provocadas por vírus diferentes e com comportamentos distintos. “A Covid-19 é causada pelo vírus Sars Cov 2 e é transmitida de uma pessoa infectada para outra. A transmissão da dengue é feita pela picada do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti”, explica, ao pontuar os sintomas dessas duas doenças, já que alguns são semelhantes e podem causar confusão na população. Entre eles a febre, mal-estar, dor de cabeça e dor no corpo.

“A Covid-19 é uma doença respiratória aguda e isto a diferencia da dengue. Na Covid são frequentes os sintomas gripais, como tosse, coriza e falta de ar. E em caso extremo, as doenças podem coexistir em uma mesma pessoa, ou seja, é possível ter dengue e Covid-19 ao mesmo tempo”, ressalta.

Foi a ausência de sintomas gripais que fizeram a psicóloga Geovana Maria da Silva Ortis, desconfiar que estava com dengue. “No primeiro momento achei que estava com Covid até porque atuo na linha de frente da doença. Procurei atendimento médico no segundo dia de sintomas quando tinha febre alta, dores nas articulações e nos olhos. A primeira pergunta que o médico me fez foi se eu tinha sintomas de gripe. Fiz o exame e deu baixa de plaquetas. Tive falta de apetite e manchas avermelhadas pelo corpo. Ainda tenho dores nas articulações”, destaca.

Da mesma forma, conta a auxiliar de higienização, Adriana Valéria dos Santos Silva, que também teve a dengue recentemente. Ela e a filha Cintya tiveram a doença em março, quase ao mesmo tempo. “Tivemos praticamente os mesmos sintomas: mal-estar, dor de cabeça, náusea, falta de apetite. As manchas vermelhas no meu corpo foram menores que as da minha filha, que eram bem maiores e espaçadas. Mas nós duas ainda estamos sem apetite”, relata.

A Dra. Andrea Maria alerta que quem já pegou um tipo de dengue também pode sofrer nova infecção por outro tipo. “As reinfecções tendem a ser mais perigosas por causa do desenvolvimento de alto anticorpo que pode provocar sintomas ainda mais fortes. Por isso é preciso ficar atento e procurar o atendimento médico a qualquer sinal de alarme”.

Mutirão contra a Dengue – Eliminar os focos do mosquito transmissor é a principal forma de prevenção da dengue. Para ajudar a combater o Aedes Aegypti e garantir a segurança e a saúde da população, a Fundação São Francisco Xavier realizou, nos últimos dias 06 e 07 de abril um mutirão contra a Dengue.

A ação, promovida pela equipe de Segurança do Trabalho da instituição, em conjunto com o setor de Hotelaria, foi realizada em todas as unidades da Fundação e teve como objetivo não só eliminar os focos do mosquito como também conscientizar a população. Foram coletados lixos e todo material que possa acumular água parada em regiões próximas aos hospitais administrados pela FSFX nas cidades de Ipatinga, Timóteo, Itabira e Cubatão (SP).

Além do mutirão, a Fundação também está promovendo, nas cidades onde atua e em suas redes sociais, uma campanha contra o mosquito Aedes Aegypti.

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