Alergias respiratórias – fatores de riscos e cuidados

O tratamento das alergias é amplo e personalizado, levando em consideração o impacto na qualidade de vida de cada pessoa. Medidas preventivas e medicamentos podem ser adotadas a curto, médio e longo prazo

Foto: Pixabay

As alergias respiratórias acometem milhares de brasileiros e podem ser de diversos tipos, sendo as mais comuns a asma e a rinite. Elas acometem o sistema respiratório (cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões) e são frequentemente desencadeadas por agentes que ficam dispersos no ar, como ácaros, poeira, mofo, epitélios de animais e o pólen, informa o médico alergista e imunologista do Hospital Edmundo Vasconcelos/SP, Dr. Diogo Costa Lacerda, conforma aponta alguns dos sintomas mais comuns nas alergias respiratórias e os melhores cuidados e tratamentos a serem tomados. 

Sintomas – Entre os sintomas causados pelas alergias, muitos já são conhecidos pelos brasileiros. “Podemos encontrar principalmente espirros sequenciais, coriza abundante e clara, coceira no nariz, nos olhos, ouvido e garganta, além de obstrução nasal. Quando pensamos em uma alergia que afeta os pulmões, os sintomas podem ser crônicos e mais graves, como a falta de ar, chiados, sensação de aperto no peito, fadiga, respirações curtas e rápidas, tosse contínua e dificuldade para realização de atividades físicas”, detalha o especialista.

Fatores de risco – Para o desenvolvimento das alergias é necessário de uma predisposição genética associada a uma exposição a determinadas substâncias, identificadas pelo organismo, como estranhas. As principais reações ocorrem contra os componentes da poeira, pólens, alimentos, medicamentos ou até mesmo produtos químicos. “No entanto, a presença desses genes não garante o desenvolvimento de alergias, mas, sim, aumenta a suscetibilidade”, afirma.

Além disso, fatores ambientais também possuem um papel crucial para o desencadeamento das alergias. Os ácaros são os principais alérgenos domésticos e estão presentes em colchões, travesseiros, carpetes e estofados, como também em roupas e cobertores guardados há muito tempo.

O pólen, muito presente especialmente durante o período de polinização das flores na primavera, é um desses elementos.

Outros fatores como a poluição do ar, o estilo de vida e a dieta também podem contribuir. “Embora a herança genética seja um fator importante no desenvolvimento de alergias, a interação com fatores ambientais desempenha um papel crucial”, ressalta.

Além dos cuidados durante a primavera, o inverno também é uma estação que pode agravar os sintomas das alergias. Nesta época, o ar fica mais seco devido à baixa umidade relativa e ocorre um aumento da permanência em ambientes fechados.

Cuidados e prevenções – Alguns cuidados e atitudes preventivas podem ser tomados para reduzir a frequência das alergias, destaca o especialista. Entre eles, é recomendável a lavagem nasal com soro fisiológico várias vezes ao dia, auxiliando na limpeza e hidratação das narinas, aliviando a secura e reduzindo a irritação.

Dr. Diogo lembra que é importante seguir as instruções adequadas para a aplicação do soro fisiológico. “As principais medidas para reduzir a exposição aos ácaros incluem a lavagem frequente de roupas de cama e a manutenção da limpeza na casa”, garante.

Confira abaixo outros cuidados apresentados por médico:

Ele lembra ainda que “durante a primavera, os pacientes sensíveis ao pólen devem evitar atividades externas durante os picos de liberação de pólen. Essa dica é importante em especial para aqueles que habitam regiões de clima temperado, como é o caso da região Sul do país, onde as estações do ano são bem definidas”, observa.

Medicamentos – Diversos medicamentos podem ser utilizados como, anti-histamínicos, corticosteroides intranasais (para a rinite alérgica), corticoesteroides inalatórios e broncodilatadores (utilizados na asma), corticosteroides orais (para o caso de alergias mais graves ou crises agudas), entre outros. Vale lembrar que qualquer medicamento só deve ser utilizado após orientação médica.

Dr. Diogo explica ainda que o tratamento das alergias é amplo e personalizado, levando em consideração o impacto na qualidade de vida de cada pessoa, podendo serem adotadas medidas preventivas e medicamentosas a curto, médio ou longo prazo. “Pacientes com sintomas leves e esporádicos podem se beneficiar apenas de medicamentos para crises. Por outro lado, aqueles com sintomas mais graves e crônicos podem necessitar de um tratamento prolongado. É importante manter acompanhamento médico para ajustar as doses e determinar a duração adequada do tratamento”, informa.

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