A médica Andressa Bornschein, do Pilar Hospital de Curitiba: “o tratamento da obesidade envolve intervenções no estilo de vida, com alimentação balanceada e atividade física”
Os dados da última Pesquisa Nacional de Saúde indicam que seis em cada dez brasileiros apresentam excesso de peso, ou seja, 96 milhões de pessoas no país têm Índice de Massa Corporal (IMC) na faixa de sobrepeso ou obesidade. Caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, a obesidade pode acarretar graves problemas de saúde e levar até à morte. Para alertar dos riscos, foi instituído o Dia Mundial da Obesidade, no recente 04 de março, em que, ao longo do mês, são realizadas ações para informação, conscientização e prevenção da população.
Nem todos sabem, mas a obesidade é classificada como doença crônica, conforme salienta a Dra. Andressa Bornschein, médica endocrinologista e metabolista do Pilar Hospital de Curitiba. “Hoje em dia sabemos que a gordura é o maior produtor de hormônios do nosso corpo. Como a obesidade é uma doença crônica, exige cuidados como qualquer outra patologia, com grande risco de recaída quando o tratamento é abandonado”, alerta.
Além da alimentação em demasia e das más escolhas alimentares, outros fatores que podem levar à obesidade são estilo de vida sedentário e o estresse. Em relação à questão alimentar, há a situação em que pessoas continuam comendo mesmo depois de saciadas. “Infelizmente, o ato de comer vai além do instinto fisiológico de sobrevivência. Em quase todas as culturas do mundo, comer significa socializar: comemos para comemorar, para ‘afogar’ as mágoas, para encontrar amigos”, exemplifica a Dra. Andressa. “Às vezes, nosso cérebro está tão ocupado com outras coisas, como alguma questão do trabalho ou da família, ou estamos assistindo televisão ou no telefone, que não prestamos atenção aos sinais do nosso corpo indicando a saciedade”.
Há também pessoa geneticamente predisposta à obesidade, muitas vezes por questões hormonais. “Doenças de tireoide podem levar a uma queda do metabolismo e, consequentemente, ganho de peso, assim como a menopausa e andropausa predispõem ao ganho de peso, com o passar dos anos”, relata Dra. Andressa.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e diversos problemas físicos. Pode também influenciar fatores psicológicos, acarretando em depressão e diminuição da autoestima.
Segundo a médica, o tratamento da obesidade envolve intervenções no estilo de vida, com alimentação balanceada e atividade física. Em alguns casos são indicadas medicações. “Quando estas medidas não são suficientes, pode ser necessária intervenção cirúrgica. O Pilar Hospital dispõe de um serviço de endocrinologia capacitado para uma avaliação adequada e tratamento individualizado”, conclui.