Em meio à diversão do Carnaval, a preocupação com a saúde nem sempre é prioridade. Mas antes de curtir a folia, é importante entender alguns riscos que essa festividade pode proporcionar e estar preparado para reconhecer os sinais quando algo não vai bem.
Neste período, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) alerta para o contágio de várias doenças que afetam o sistema respiratório e que geram desconforto, já que, no Carnaval, há uma grande concentração de pessoas de diversos lugares, o que favorece uma circulação de microrganismos infecciosos de vários tipos.
Conforme o presidente da entidade, Dr. Fabrízio Romano, essa transmissão acontece facilmente, pois as vias respiratórias do nariz e da boca são portas de entrada para vírus e bactérias. “Com a proximidade e contato com as gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou beijar, por exemplo, o contágio das doenças aumenta rapidamente. E nem sempre os sintomas vão aparecer já no dia seguinte, podem surgir alguns dias depois da contaminação”, esclarece o otorrinolaringologista.
Além disso, a folia intensa combinada com a pouca hidratação, má alimentação e privação de sono afetam a imunidade e aumentam as chances de contrair uma enfermidade.
Gripe, covid-19, resfriado, amigdalite, mononucleose – conhecida como a doença do beijo – são exemplos de enfermidades contagiosas comuns em consultórios otorrinolaringológicos após o Carnaval.
Aprenda a reconhecer os sintomas:
Covid-19- Nos casos leves a moderados, os sintomas apresentados são majoritariamente febre, tosse seca, cansaço e perda de paladar ou olfato. Os sintomas mais graves envolvem a dificuldade de respirar ou falta de ar, dor ou pressão no peito.
Resfriado- É causado por vírus, como rinovírus, adenovírus, entre outros. Apresenta sintomas como nariz entupido, coceira no nariz, espirros e mal-estar.
Gripe- É provocado pelo vírus influenza. Apresenta os mesmos sintomas do resfriado adicionados à febre alta e dores pelo corpo. Pode acompanhar dor de garganta, tosse e falta de ar.
Amigdalite/faringite- Podem ser causadas por vírus ou bactérias. Dor de garganta mais de 2 dias, dificuldade para engolir, garganta vermelha e inchada ou com pus, febre, dor de cabeça ou no pescoço e ínguas na região do pescoço ou mandíbula são os principais sinais e sintomas.
Mononucleose- Apesar de não ser uma doença respiratória, essa enfermidade é provocada pelo vírus Epstein-Barr (VEB), da família Herpes, e pode ser confundida com amigdalite devido à semelhança dos sintomas. Os principais são fadiga, dores no corpo, febre, aumento dos gânglios na região do pescoço, placas esbranquiçadas nas amígdalas, indisposição e dificuldade para engolir.
Prevenção
O presidente ABORL-CCF explica que para tentar prevenir essas doenças é importante manter hábitos que favoreçam a boa imunidade, como se alimentar corretamente, estar bem hidratado e evitar o excesso de bebidas alcoólicas. Além disso, estar com as vacinas em dia – por exemplo, a da gripe – higienizar as mãos com frequência com álcool em gel e não dividir pertences pessoais, como copos e talheres, são outras medidas que podem ajudar a reduzir as chances de contágio.
“O descanso também é importante para recuperar o organismo debilitado. Outra dica é fazer a lavagem nasal com solução salina para remover impurezas e agentes agressores que possam causar infecções. Além de beneficiar quem faz, essa prática também reduz o risco de contaminação das pessoas próximas,” informa o Romano.
A ABORL-CCF recomenda que, em caso de sintomas persistentes, um médico otorrinolaringologista deve ser procurado para uma avaliação médica e o correto diagnóstico.