O verão está chegando e casos de lesão medular são ainda mais frequente durante os próximos meses
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Com a aproximação do verão e férias de fim de ano, praias, lagoas, rios, parques aquáticos e cachoeiras são os destinos preferidos de muitas pessoas. Porém, nesta época do ano, a atenção deve ser redobrada para os mergulhos em águas rasas e desconhecidas. Segundo a Dra. Vanessa Milanese, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), o aumento do número de novos casos de fraturas cranioencefálicas e na coluna vertebral aumenta muito nessa época do ano.
Diante disso, ela faz um alerta: “a lesão da medula espinal é um dos mais graves acometimentos que pode afetar o ser humano, causando enorme repercussão física, psíquica e social. Por isso, a SBN sempre faz esse alerta no fim de ano sobre os cuidados em mergulhos em águas rasas”.
Como ocorre o acidente – Ao efetuar um mergulho sem o devido preparo e sem conhecer o ambiente, corre-se o risco de fraturar o crânio e a coluna vertebral, principalmente a coluna cervical, devido a grande quantidade de energia recebida na região pelo ato do pulo.
Para a Dra. Vanessa, “fora a morte por afogamento, o mergulho pode causar a fratura tanto das vértebras quanto da medula que está no interior da coluna vertebral. O salto em águas rasas pode provocar lesões irreparáveis, como a paraplegia e a tetraplegia”, observa a especialista.
Segundo informações do manual Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular, no Brasil a incidência de Trauma Raquimedular (TRM) é de 40 casos novos/ano/milhão de habitantes, ou seja, cerca de 6 a 8 mil casos novos por ano. Destes, 80% das vítimas são homens e 60% se encontram entre os 10 e 30 anos de idade.
A neurocirurgiã comenta que todos devem aproveitar o verão, mas com responsabilidade, por isso compartilha algumas dicas:
- Nunca mergulhe de cabeça;
- Não empurre seus amigos para dentro da água;
- Verifique as condições climáticas do local. Chuva forte, vento excessivo, maré alta ou ressaca, podem aumentar os riscos de acidentes;
- Evite mergulhar após ingestão de álcool ou outras drogas ilícitas;
- Não mergulhe em águas turvas, rasas ou desconhecidas;
- Entre na água a pé para se certificar sobre a profundidade dela.
Conforme ela destaca, a informação é a chave para a mudança. A conscientização da população sobre os perigos que uma simples atividade como um mergulho pode provocar na saúde das pessoas é o foco da SBN nesta época do ano. “Queremos que todos aproveitem o verão, mas com responsabilidade. Previna-se, pois este tipo de lesão é bastante grave”, enfatiza.
Por fim, vale ressaltar que a manipulação do indivíduo acidentado deve ser sempre realizada por um profissional da saúde. “O manejo errado pode levar a piora do quadro, causando lesões irreversíveis”, concluí.