Governo Federal vai distribuir doses para 16 estados brasileiros, priorizando cidades com alta transmissão da doença. Ação foca principalmente crianças. Idosos estão fora.
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Cidades com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão de dengue receberão as primeiras doses da vacina contra a doença, fornecidas pelo Ministério da Saúde. A imunização terá início em fevereiro e será destinada a crianças com idade entre 10 e 14 anos. Segundo a pasta, esse é o público que concentra o segundo maior número de internações, logo após os idosos. No total, 521 cidades, distribuídas em 16 estados brasileiros e no Distrito Federal (Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins), receberão doses da vacina.
De acordo com a infectologista Camila Ahrens, do Hospital São Marcelino Champagnat/Curitiba/PR, “a ação do governo é fundamental para controlar a disseminação da doença, especialmente em regiões com alta transmissão. A imunização em larga escala contribui para a redução do número de casos e complicações relacionadas à dengue”.
Em 2023, os casos de dengue aumentaram 15,8% em comparação com 2022, conforme dados do Ministério da Saúde. Foram confirmados 1,6 milhão de casos, em comparação com 1,3 milhão no ano anterior. Ainda em 2023, o país registrou o maior número de mortes por dengue em um único ano, com 1.079 óbitos confirmados até 27 de dezembro.
Vacina em idosos – Apesar de serem considerados grupo de risco, a vacina contra a dengue não será disponibilizada para idosos. A imunização não é indicada para esse grupo devido a complicações relacionadas à idade. “O sistema imunológico dessas pessoas pode não responder tão eficientemente à vacina. Além disso, estudos mostram que a imunização em idosos pode aumentar o risco de manifestações graves da doença”, complementa a infectologista.
Vale a pena vacinar na rede particular? – Como a campanha de vacinação no SUS será disponibilizada apenas para crianças entre 10 e 14 anos, pessoas de outra faixa etária só serão imunizadas se recorrerem à rede particular de saúde. Os preços variam de acordo com o estabelecimento, mas, em média, as doses custam de R$ 350,00 a R$ 500,00 cada. São necessárias duas doses para a imunização completa. A infectologista recomenda a vacinação na rede particular para aqueles que podem arcar com os custos. “A prevenção individual contribui não apenas para a saúde pessoal, mas, também, para a diminuição da transmissão da doença na comunidade. O Brasil teve um aumento expressivo de casos nos últimos meses, e a prevenção é a melhor decisão. A escolha de buscar a vacinação particular deve ser baseada na avaliação do risco individual e na capacidade de investimento”, observa