Para a especialista Heloísa Capelas, “se o passado é uma história escrita lá atrás e o futuro é algo que ainda não aconteceu e foge do nosso controle, ambos não passam de ilusão”
Imagem de Alexandra_Koch por Pixabay
Preocupações, tensões, medos exagerados, insônia e falta de controle dos pensamentos são alguns dos principais sintomas da ansiedade, um transtorno que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cresceu em torno de 25% durante os dois últimos anos, impulsionado principalmente pelo quadro de saúde mundial e todas as incertezas trazidas por ele. Um cenário um tanto quanto preocupante para países como o Brasil, que antes mesmo da crise sanitária, já liderava o ranking global de casos, com mais de 18 milhões de brasileiros ansiosos ainda em 2019.
Embora seja considerado um distúrbio que demande acompanhamento médico e tratamento, especialmente em casos patológicos, quando limita a realização de atividades e tomadas de decisão diárias, as jornadas contínuas de autoconhecimento são bastante benéficas no sentido de entender e aprender a contornar os gatilhos responsáveis por desencadear os episódios.
“Se o passado é uma história escrita lá atrás e o futuro é algo que ainda não aconteceu e foge do nosso controle, ambos não passam de ilusão. Só o que existe é o aqui e agora, por mais tentador que seja nutrir essas ilusões, não há nada que possamos fazer a respeito. Treinar esse entendimento é essencial para a autonomia e inovação emocional. O excesso de apego ao passado ou ao futuro é um comportamento que fomenta doenças como a ansiedade e a depressão”, comenta Heloísa Capelas, especialista em desenvolvimento do potencial humano e autora dos livros “O Mapa da Felicidade”, “Perdão, a revolução que falta” e “Inovação Emocional”.
Ainda de acordo com Heloísa, em relação à ansiedade, enquanto não fincamos os pés no presente, permaneceremos sempre na expectativa do que virá e, por vezes, só conseguiremos pensar que o pior está prestes a acontecer; um comportamento bastante comum durante a pandemia, o que explica o aumento de casos do transtorno em nível global.
“A respiração consciente é um ótimo exercício para trabalhar a presença. Muitos pensamentos e comportamentos inconscientes, com essa prática simples, acabam se tornando claros, perceptíveis e acessíveis. Afinal, apenas nos tornamos capazes de mudar quando nos percebemos. A respiração consciente também nos permite ter o tempo necessário para tomar decisões efetivas e conscientes no lugar de respostas automáticas. Quando nos autolideramos dessa maneira e passamos a nos responsabilizar por nossas ações, começamos a conquistar a autonomia emocional para superar todos os desafios que virão”, complementa a especialista.