O presidente da Sociedade Brasileira de Quadril, Giancarlo Polesello: “quanto antes for tratado o paciente vítima de trauma, mais precocemente terá alta hospitalar”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Quadril – SBQ – divulgou nota de agradecimento aos especialistas dos 65 Serviços de Quadril credenciados em vários Estados brasileiros que, com risco pessoal, estão trabalhando para atender fraturas do acetábulo, pelve e casos de fratura de quadril de idoso e acidentes com veículos automotores.
Dr. Giancarlo Polesello, que preside a SBQ, diz que muitos de seus 700 associados estão operando na linha de frente dos hospitais, “pois sabemos que a taxa de sobrevivência de um paciente vítima de fratura de fêmur, por exemplo, é diretamente proporcional ao tempo decorrido entre o acidente e a cirurgia reparadora”. Também afirma que quanto antes for tratado o paciente vítima de trauma, mais precocemente terá alta hospitalar, deixando livre leitos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para atender os casos complexos do Covid 19. Quanto maior o tempo entre a fratura e seu tratamento ortopédico, maior o risco de um desfecho indesejável, explica.
A rapidez na alta também é importante, diz ele, pois quanto menos tempo o paciente fica no hospital, menor a possibilidade de contágio e mais cedo libera o leito. O especialista Ramiro Zilles Gonçalves confirma que é isto que estão fazendo os cirurgiões de quadril do Rio Grande do Sul. Ele opera na Santa Casa, no Hospital Mãe de Deus e no Cristo Redentor e “não só damos alta o mais cedo possível ao paciente, como também mudamos os protocolos de anestesia, para dar maior segurança à equipe”. Ele lembra que “o momento da entubação é quando há maior risco de contágio para a equipe” e é preciso maior cuidado.
Zilles e os demais cirurgiões de quadril também estão preferindo tirar as dúvidas dos pacientes por telefone, para evitar a ida ao hospital. No outro extremo do País, Fábio Vidal Moriya, explica que os associados da SBQ estão trabalhando normalmente, e que a diferença que se sente em Belém e nos outros Estados da Amazônia – ele é presidente da Regional Norte/Nordeste da SBQ – “é que os corredores e áreas comuns dos hospitais estão muito vazios”. O motivo é que cuidados individuais e institucionais foram adotados, para reduzir o risco de contágio com o coronavirus, consultas e cirurgias eletivas foram suspensas, mas quanto às emergências, os cirurgiões de quadril trabalham como sempre e cumprindo seu dever.
Polesello diz que sente orgulho dos associados e também dos residentes, pois recebeu informações de que nos 65 Serviços de Quadril credenciados pela SBQ, não está havendo atraso nas cirurgias de emergência.
O diretor de Comunicação da SBQ, Marco Antonio Pedroni, ele mesmo voluntário para atendimento de casos de trauma de quadril, em Curitiba, destaca que ao lado dos cirurgiões mais experientes, em dezenas de Serviços os especialistas estão trabalhando os R4, que também se voluntariaram para atender durante o tempo que for necessário.
Os R4 são médicos formados, que já completaram seus anos de residência regulamentar e agora cursam mais um ano nos Serviços de Quadril credenciados, para completar sua capacitação em cirurgia do quadril.
“No trabalho com acidentados ou idosos que acabaram de sofrer traumatismos não há como saber se o paciente está contaminado com o coronavirus”, explica Polesello, “e apesar dos cuidados, não é possível garantir que o cirurgião não se contamine no atendimento”, diz ele. Do Brasil inteiro tem chegado notícias à sede da SBQ em São Paulo de que, mesmo com a pandemia, os cirurgiões de quadril continuam atendendo os pacientes com a presteza e a eficácia necessária. “Embora não seja surpresa essa atitude dos associados, isso nos enche de orgulho”, conclui Polesello.