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Aumento alarmante de casos de Herpes-Zóster no Brasil: importância da vacinação

Imagem: Pixabay

Recentemente, uma pesquisa conduzida por médicos do Instituto Penido Burnier revelou um crescimento alarmante nos casos de herpes-zóster no Brasil. De acordo com o estudo, nos primeiros dois meses deste ano, foram diagnosticados 27 mil casos de reativação do vírus, um aumento expressivo em relação aos 9 mil casos registrados no mesmo período do ano anterior. Esses dados foram extraídos de um levantamento detalhado conduzido pelo Datasus, ressaltando a necessidade de atenção redobrada para essa condição médica.

Como a doença não é de notificação compulsória, apenas os dados dos pacientes hospitalizados são registrados o número real de ocorrências pode ser significativamente maior. A ausência de notificação compulsória impede uma visão completa da extensão do problema, sublinhando a importância de medidas preventivas eficazes.

O que é Herpes-Zóster? – Conhecida popularmente como cobreiro ou fogo selvagem, a herpes-zóster é causada pela reativação, na idade adulta, do vírus varicela-zóster, o mesmo responsável pela catapora. A doença se manifesta geralmente em um lado do corpo, com o aparecimento de pequenas bolhas cheias de líquido (vesículas) cercadas por uma área avermelhada e dolorida. Esses sintomas podem durar de duas a quatro semanas.

Antes do aparecimento das lesões de pele, é comum que o paciente sinta dores nos nervos, febre, dor de cabeça, mal-estar, ardor, coceira, formigamento, agulhadas e/ou adormecimento locais.

“A doença pode surgir durante episódios de baixa imunidade e/ou estresse em pessoas de qualquer idade que já tiveram catapora ativa ou nas que tiveram contato com o vírus, mas ficaram assintomáticas. Isso porque, após o primeiro contato, o vírus permanece latente e inativo no corpo por anos até ter uma situação que possa ativá-lo novamente, causando a herpes-zóster”, explica a Dra. Marcela Rodrigues, diretora da Salus Imunizações/São Paulo/SP, acrescentando que as pessoas a partir de 50 anos têm mais chances de ter a doença devido à redução da capacidade do sistema de defesa do organismo, um processo conhecido como imunossenescência.

Sintomas – Os principais sintomas da herpes-zóster incluem:

  • Erupção cutânea: vesículas cheias de líquido que se formam em uma área específica do corpo
  • Dor: Pode variar de leve a intensa, muitas vezes descrita como queimação.
  • Febre: Em alguns casos, os pacientes podem apresentar febre.
  • Cansaço: Sensação geral de fadiga e mal-estar.

Complicações:

  • Neuralgia pós-herpética: dor persistente na área afetada pela erupção.
  • Infecções bacterianas secundárias: as lesões de pele podem ser infectadas por bactérias.
  • Problemas oculares: se a erupção ocorrer perto dos olhos, pode causar infecções oculares e, em casos graves, perda de visão.
  • Complicações mais graves podem atingir os órgãos e, em situações raras, levar à morte, especialmente em pacientes imunossuprimidos.

De acordo com a Dra. Marcela, “o vírus pode provocar outros problemas de saúde, como a infecção bacteriana secundária, neuralgia pós-herpética, meningites, AVC e síndromes que podem levar o paciente a incapacidade ou limitação física, como a de Ramsay Hunt”. Nesse sentido, é importante as pessoas lavarem as mãos com água e sabonete após tocar nas lesões e higienizar os objetos que possam estar contaminados.

Vacinação – A vacinação contra o herpes-zóster é fundamental para prevenir os casos graves e suas complicações. Pessoas que se vacinam reduzem significativamente o risco de desenvolver a doença e, em caso de infecção, geralmente apresentam sintomas mais leves e de menor duração.

Uma das principais ferramentas na prevenção do herpes-zóster é a vacina Shingrix, licenciada para pessoas com mais de 50 anos. Produzida pela farmacêutica britânica GSK, esta vacina de vírus inativado foi aprovada pela Anvisa e já está disponível no mercado brasileiro. Segundo a Dra. Marcela Rodrigues, “a vacina Shingrix é segura e possui uma eficácia de 97%. Ela deve ser administrada em duas doses, com um intervalo de 2 a 6 meses”.Ela é recomendada para pessoas a partir de 50 anos. Além disso, é indicada para indivíduos com mais de 18 anos que possuem algum tipo de imunossupressão, como aquelas que tiveram alguma infecção viral, portadoras de comorbidades (HIV, esclerose múltipla, lúpus, câncer, diabetes), ou as que vão se submeter a transplantes.

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