Bahia já tem mais de 2,3 mil mortes por pneumonia até julho
Dra. Larissa Voss: “A pneumonia costuma evoluir rapidamente, pois é uma condição aguda. Em poucas horas da infecção, os sintomas começam a atingir o paciente”.
Dados da Secretaria de Saúde do Estado Bahia (SESAB) mostram que 2.309 baianos morreram em decorrência da pneumonia até julho deste ano. Em 2022, foram 4.009 óbitos. O cenário reforça a importância do cuidado com a doença, que é a principal causa de morte em crianças de até 5 anos de idade, conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Com isso, o Dia Mundial da Pneumonia, lembrado em 12 de novembro, acontece como um alerta para os riscos da doença que ataca os pulmões, podendo ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno, devido à mudança brusca de temperatura.
De acordo com a pneumologista Dra. Larissa Voss, de Salvador /BA, a pneumonia pode ser provocada tanto pela bactéria, como por vírus, fungos ou pela inalação de produtos tóxicos. “Nos casos de pneumonia, a tosse é um dos sinais mais comuns da doença. A pneumonia costuma evoluir rapidamente, pois é uma condição aguda. Em poucas horas da infecção, os sintomas começam a atingir o paciente”, explica.
Segundo a médica, a pneumonia afeta principalmente os pulmões que, ao serem inflamados, se enchem de pus e líquido. Os sintomas variam de acordo com a faixa etária. “De modo geral, são febre, tosse, dificuldade para respirar e mal-estar. Os casos podem evoluir com maior gravidade”, observa.
De modo geral, bebês e crianças pequenas têm mais propensão a desenvolverem quadros graves da doença em relação a adultos saudáveis. “A criança pequena evolui muito mais rapidamente que o adulto saudável para quadros de insuficiência respiratória, por isso ela tende a ser mais grave nessa idade. Os pacientes imunossuprimidos, imunodeficientes, ou em situações de desnutrição, também estão mais propensos”, afirma.
Dra. Larissa lembra também que os idosos compõem um público de risco para a condição, já que o sistema imunológico está em queda. “Isso sem contar que existe o fator das doenças associadas, que geralmente acometem esse público, como diabetes, hipertensão, cardiopatia, doença renal ou cardíaca. Em geral, os idosos morrem muito mais, enquanto as crianças ficam em segundo lugar”, aponta.
Vacina Pneumo 15 – Em outubro último, uma nova vacina contra a bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae), causadora da pneumonia, a Pneumo 15, começou a ser disponibilizada na rede privada de todo o país. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda a nova vacina para crianças entre 15 meses e 2 anos de vida, com esquema vacinal em quatro doses, com dois meses de intervalo entre a primeira (dois meses de vida) e terceira aplicação, além de uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida. Conforme a entidade, o imunizante pode ser administrado em conjunto com outras vacinas pediátricas e pode haver intercâmbio, caso o paciente já tenha sido imunizado com a VPC13. A vacina, no entanto, só está sendo disponibilizada na rede privada e não existe estimativa da mesma ser ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme destaca a especialista, o SUS só fornece a Pneumo 10 valente.
Outras vacinas – “A Pneumo 13 valente não é fornecida pelo SUS e já está no mercado há muito tempo. Existe ainda a Pneumo 23, que é indicada para aqueles que se enquadram nos grupos de risco, no caso de doenças respiratórias, doenças de algumas comorbidades específicas. Nesses casos, os pacientes conseguem tomar a vacina nos centros de referência de imunização”, aponta.
De acordo com a pneumologista, a indicação para a vacinação contra a pneumonia ocorre na infância. Mas pode ser estendida para quem possui doença respiratória. Pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, quem está acima de 60 anos, também possui indicação para tomar a vacina, como meio de evitar formas graves de pneumonia. “Hoje em dia você pode usar a Pneumo 13 ou Pneumo 15, que possui mais 2 cepas que protegem. Se você for ver, a Pneumo 15 protege 1% a mais em relação a Pneumo 13, mas é 1% que em pacientes mais graves, pode proteger um pouco mais”.