No recente Dia Mundial contra a Aids, 1º de dezembro, o Ministério da Saúde, comandado por Alexandre Padilha, lançou campanha de conscientização sobre a doença
Foto-credito: Luís Targino/MS
O Ministério da Saúde confirmou no recente 1º de dezembro, que o Brasil conseguiu eliminar a transmissão vertical do HIV, da mãe para o bebê. Durante o anúncio, o órgão informou que esta taxa ficou abaixo de 2%. Já a incidência da infecção em crianças ficou abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.
De acordo com o órgão, o país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Além disso, registrou queda de 13% no número de óbitos por aids entre 2023 e 2024 – o que representa mais de mil vidas salvas.
Os dados refletem os avanços em prevenção, diagnóstico e, principalmente, no acesso gratuito ao SUS a terapias de ponta capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível, combinação esta que levou a esses resultados. Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.
Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.
Conforme ainda o boletim do Ministério da Saúde, o número de mortes por aids no Brasil também caiu de mais de 10 mil em 2023 para 9,1 mil em 2024. Pela primeira vez, o número de mortes ficou abaixo de dez mil em três décadas. Os casos de aids também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano.
No componente materno-infantil, o país registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%, o que demonstra melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas maternidades.
Para o MS, o Dia Mundial contra a AIDS em 2025 foi um dia de luta, mas também de conquista histórica, quando o país alcançou o menor número de mortes por aids em 32 anos.
Ao comemorar a data, o órgão informou que o país também ampliou o acesso à Profilaxia Pré-Exposição. Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.
No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.
Outro dado importante é que o SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV. Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo. Por concentrar o tratamento em uma única dose diária, o esquema favorece a adesão e melhora a qualidade de vida.
Esses avanços, destaca o Ministério da Saúde, aproximam o Brasil das metas globais 95-95-95, que preveem que 95% das pessoas vivendo com HIV conheçam o diagnóstico, 95% delas estejam em tratamento e 95% das tratadas alcancem supressão viral. Duas das três metas já foram cumpridas pelo país.
