Dr. João Álvaro Silva: “na maioria dos casos as pedras são pequenas e expelidas naturalmente pela urina, sem dor alguma ao paciente. Porém, quando o acúmulo de sais é maior, pode formar estruturas sólidas que migram por qualquer parte do trato urinário e costumam provocar dor intensa”
O cálculo renal, conhecido popularmente como pedras nos rins, são formações sólidas de sais minerais e uma série de outras substâncias, como oxalato de cálcio e ácido úrico. Ao migrar para as vias urinárias, causam dores severas e diversas complicações. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 10% da população sofrem com essa enfermidade pelo menos uma vez ao longo da vida. Adotar medidas preventivas no dia a dia é fundamental para evitar o cálculo renal, como a ingestão de água frequentemente, além do cuidado com a alimentação excessiva de proteína animal, sal, temperos e embutido.
No Brasil, estima-se que 15% da população possam ser acometidas pelo cálculo renal e que cerca de 1,5 milhão de brasileiros apresenta algum tipo de disfunção renal. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os números aumentam em 30% durante o verão, já que há o aumento da transpiração e, em alguns casos, sem a hidratação adequada para supri-la.
De acordo com o urologista João Álvaro Silva, do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas/RS, para evitar a formação de cálculos renais é importante aumentar a ingestão de líquidos, principalmente de água, nos dias mais quentes ou quando fizer atividade física, além de incluir uma dieta adequada com pouco sal e controle de peso. Pessoas com índice de massa corporal elevado podem apresentar mais cálcio e ácido úrico na urina.
“Na maioria dos casos as pedras são pequenas e expelidas naturalmente pela urina, sem dor alguma ao paciente. Porém, quando o acúmulo de sais é maior, pode formar estruturas sólidas que migram por qualquer parte do trato urinário e costumam provocar dor intensa no paciente acometido”, ressalta Silva.
Segundo Silva, os principais sintomas do cálculo renal são:
- Dor intensa e aguda em cólica, irradiando da região lombar para a virilha,
- Náusea e vômito,
- Sangue na urina (hematuria), visível ou detectado em exames de urina,
- Infecção urinária, que pode causar febre e calafrios, indicando uma condição mais grave como pielonefrite aguda.
O diagnóstico de cálculo renal geralmente é realizado através de exame de imagem e laboratoriais e, caso se agrave, pode levar a complicações graves como, a obstrução total do trato urinário, infecções urinárias, danos aos rins e, no último caso, à intervenção cirúrgica.
Segundo o médico, o tratamento pode variar de acordo com a gravidade e a composição do cálculo. Independentemente do tamanho, ele observa que é necessário a da mudança da dieta para que esses cálculos não voltem, a redução de alimentos ricos em oxalatos, sódio e proteína animal, e o aumento da ingestão de líquidos, como auxiliares no processo.