No Brasil, a doença é o segundo câncer mais comum em homens e mulheres, com 45.630 novos casos anuais
O câncer colorretal (intestino grosso e reto) é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não melanoma, mais comum em homens e mulheres, atrás apenas, respectivamente, de câncer de próstata e mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA, são esperados para cada ano do triênio 2023-2025 um total de 45.630 novos casos anuais de câncer colorretal no Brasil, ou seja, 23.660 em mulheres e 21.970 em homens.
De acordo com levantamento Globocan, da Organização Mundial da Saúde No mundo, o câncer colorretal representa 10% de todos os tipos de câncer, com 1,9 milhão de novos casos anuais e 935 mil mortes. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, de 82 anos, que recebeu o diagnóstico de câncer de cólon em 2021, está internado desde o dia 29 de novembro, em cuidados paliativos.
Conforme explica o cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador, o câncer colorretal pode se desenvolver silenciosamente por um tempo, sem apresentar qualquer sintoma e sua descoberta, muitas vezes, se dá por exame de rastreamento. Nesse sentido, orienta: “é fundamental a realização da colonoscopia a partir dos 50 anos, em pessoas sem sintomas, ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”.
Quando descoberto em fase inicial, ainda restrito ao local de origem, o câncer colorretal tem taxa de cura acima de 90%. Quando se espalhou para os linfonodos, a taxa cai para 70%. Em caso de metástase, as chances de cura não chegam a 20%. “Quando um tumor originado no cólon (intestino grosso) se espalha, o órgão que mais apresenta metástase é o fígado”, informa o Dr. Héber Salvador.
CAUSAS – Ainda que possa se desenvolver em jovens, o câncer colorretal é mais comum a partir dos 50 anos. Por isso, a idade é tida como um dos pontos de atenção ao surgimento da doença, mas não é só. Há outros fatores de risco, como, por exemplo:
- hábitos alimentares não saudáveis – dieta pobre em fibras, com consumo excessivo de alimentos processados e carne vermelha;
- obesidade;
- sedentarismo;
- tabagismo e alto consumo de bebidas alcoólicas;
- histórico familiar de câncer colorretal, de ovário, útero e/ou câncer de mama;
- preexistência de doenças como retocolite ulcerativa crônica, doença de Crohn e doenças hereditárias do intestino.
SINAIS DO CÂNCER COLORRETAL – Este tumor, em seu estágio inicial, raramente apresenta sintomas específicos. Ainda assim, podem aparecer alguns sinais que indicam alterações e merecem atenção, especialmente para pessoas que se enquadram nos fatores de risco descritos anteriormente. Assim, vale ficar atento à:
- presença de sangue nas fezes;
- alternância entre diarreia e prisão de ventre;
- alteração na forma das fezes (muito finas e compridas);
- perda de peso sem causa aparente;
- sensação de fraqueza e/ou diagnóstico de anemia;
- dor ou desconforto abdominal;
- presença de massa abdominal (que pode ser indicativa de tumor).
Se apresentar algum desses sinais de forma frequente, é importante passar pela avaliação de um médico especializado. Além do câncer, estas ocorrências podem indicar a presença de outras doenças que também precisam de tratamento.
PREVENÇÃO – Como o câncer é uma doença multifatorial e tem, entre seus causadores, a predisposição genética, não existe uma conduta que garanta 100% a sua prevenção. No entanto, ao evitar os fatores de risco, a possibilidade de desenvolver o câncer colorretal fica menor. A alimentação tem grande influência na prevenção da doença. “Assim, destaca o presidente da SBCO, “nosso conselho é manter a saúde em dia, investindo em qualidade de vida, com algumas medidas como:
- ter uma alimentação saudável;
- manter o peso corporal adequado;
- praticar atividades físicas com regularidade;
- não fumar e evitar o tabagismo passivo;
- reduzir o consumo de álcool.
TRATAMENTO – O primeiro passo para o tratamento do câncer colorretal é, em geral, a cirurgia oncológica. Em alguns casos, esse procedimento pode ser seguido pela radioterapia e a quimioterapia. Vale lembrar que o câncer é uma doença complexa, que pode exigir abordagens diferentes de caso a caso. Por isso, toda a definição do tratamento, bom como das condutas terapêuticas e do tipo de cirurgia realizada, depende do momento da detecção da doença.
Quando o diagnóstico é precoce, as chances de cura são significativamente maiores e o tratamento se torna mais simples, já que o tumor ainda está em sua fase inicial. Em todos os casos, a equipe multidisciplinar determina a conduta ideal, baseando-se na extensão da doença.