A taxa de positividade dos exames de covid-19 realizados em laboratórios e clínicas privadas do Brasil mais do que dobrou nas últimas três semanas. O índice, que ficou em 6,3% na semana de 29 de julho a 4 de agosto, subiu para 13,8% na semana de 12 a 18 de agosto, ou seja, cresceu 7,5 pontos percentuais. Os dados são das empresas participantes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representam 65% do volume de exames realizados pela saúde suplementar no país.
Em relação ao número de exames de covid-19 realizados de 29 de julho a 4 de agosto comparado com a semana de 12 a 18 de agosto, o aumento foi de 13,7%, passando de 5.383 para 6.124 exames.
Caso a comparação seja com a semana imediatamente anterior, de 5 a 11 de agosto, o aumento foi de 10,8% no número de exames (de 5.526 para 6.124) e de 5,8 pontos percentuais na positividade (de 8% para 13,8%), em relação ao período de 12 a 18 de agosto.
Há semanas que registram aumento do número de exames, sem que isso indique uma nova onda. Por exemplo, em junho, foi registrado um aumento da primeira para a segunda semana de 6% no número de exames realizados. E, na semana subsequente, voltou a cair.
Desde o começo de 2023, a maior taxa de positividade em exames de covid-19 foi registrada na semana de 4 a 10 de março: 22,7%. A partir daí, essa porcentagem foi diminuindo, assim como o total de exames realizados. Na semana de 29 de abril a 5 de maio, o índice de positividade chegou a um dígito: 8,8%. Só agora na semana de 12 a 18 de agosto passou para dois dígitos: 13,8%. O índice mais baixo de positividade registrada no ano foi na semana de 24 a 30 de junho: 3,5%.
Presidente do Conselho de Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, acredita que o aumento tenha relação com a nova variante, que demonstrou ser muito transmissível, apesar de não trazer quadros graves. “Todos os cuidados que nós já conhecemos deverão ser retomados, principalmente o uso de máscaras”, orienta.