Cinco mitos e verdades sobre a prótese de silicone

Cirurgião Plástico Victor Cutait: “para muitas mulheres, seios maiores são símbolo de feminilidade e as permitem enxergar a si mesmas de forma mais segura”.

Mulheres sempre buscam alternativas para evidenciar sua própria beleza, como, por exemplo, o uso de maquiagens e atividades físicas a tratamentos estéticos. Tudo isso está diretamente relacionado ao bem-estar e à alta autoestima. E nesse cenário, as mamas também estão no topo da lista de partes do corpo que as mulheres mais desejam modificar em busca da autoconfiança. Não à toa, a prótese de silicone é um dos procedimentos mais realizados no mundo, com quase 1.8 milhões de procedimentos, ou 15,8% do total de cirurgias realizadas, de acordo com a última pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). E o Brasil é líder em cirurgias plásticas, estando em primeiro lugar a cirurgia para implante de mamas em primeiro lugar. O procedimento está em alta neste período de menor incidência da pandemia.

De acordo com o cirurgião plástico Victor Cutait, de São Paulo/SP, “a retomada da economia e, consequentemente, o aumento de encontros presenciais, fizeram com que as pessoas voltassem a dar atenção à aparência. Para muitas mulheres, seios maiores são símbolo de feminilidade e as permitem enxergar a si mesmas de forma mais segura, o que as torna mais felizes”.

Mesmo assim, o procedimento ainda está sujeito a uma série de questionamentos. Confira a seguir, a opinião do Dr. Victor Cutait sobre alguns deles: 

Prótese de silicone faz mal ao organismo: mito

As próteses mamárias são desenvolvidas com tecnologia segura e são testadas diversas vezes. Não se trata de material tóxico, não causa câncer e não causa suscetibilidade a nenhuma doença. Em raros casos, apenas 1% a 3% das mulheres com prótese ocorre a chamada contratura, que é uma inflamação na região mamária causada pela prótese. O problema é benigno e os sintomas são rigidez da prótese, podendo causar dores na região.

Outra complicação ainda mais rara é a Síndrome Ásia, que é um conjunto de sintomas como fadiga, dor muscular e nas juntas, que podem se desenvolver por conta do implante. Mesmo assim, a proporção de casos ainda é muito baixa e os principais casos ocorreram em mulheres com doenças reumatológicas e a prótese agravou o problema.

Para evitar problemas e complicações por conta do implante, é recomendado cuidado correto no pós-operatório e a cada seis meses fazer os devidos exames e acompanhamento com especialista.

É possível amamentar com prótese: verdade

As próteses não interferem ou dificultam a amamentação das mulheres que fizeram implante antes da gravidez. No entanto, quando a prótese está associada à mastopexia – cirurgia que retira o excesso de pele das mamas-, ou à mamoplastia redutora – que é a redução do tamanho dos seios-, tais procedimentos alteram a estrutura da mama. Com isso, dependendo de como a cirurgia foi realizada, pode haver uma alteração da anatomia e integridade da glândula mamária. Assim, quanto maior a alteração no tamanho da mama, maior a transformação e as chances da amamentação ser prejudicada. Além disso, outro aspecto que pode modificar a amamentação é o modo que a prótese foi inserida. Para colocar o implante através da incisão areolar, o profissional faz um corte em formato de semicírculo em volta da aréola. O corte não prejudica a produção do leite, mas, em alguns casos, pode diminuir o fluxo.

É necessário trocar a prótese ao longo do tempo: mito

Os implantes de hoje possuem tecnologia mais avançada, com gel de qualidade que raramente vazam. Assim sendo, caso não haja nenhum problema e a mulher não sentir nada diferente, como desconforto na região, ou quando não se deseja trocar o tamanho da prótese, não é preciso realizar a troca.

Além disso, as próteses atuais têm um menor índice de contratura, se comparada aos implantes mais antigos. No entanto, o acompanhamento da paciente a cada seis meses é essencial para evitar riscos à saúde.

A prótese não impede a mamografia: verdade

O exame de mamografia é essencial para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer e pode ser realizado normalmente em mulheres que possuem prótese. Para isso, é importante, antes de tudo, avisar o técnico de radiografia sobre o implante.

Já para a realização do exame, é possível utilizar algumas técnicas. Uma delas é a manobra de Eklung, método que diminuiu a influência da prótese, o que permite melhor visualização do tecido mamário. Ela é feita em uma segunda etapa do exame, através de um deslocamento do silicone – feito delicadamente – fazendo com que ele fique fora do campo de imagem. 

Além disso, o equipamento, denominado mamógrafo, deverá ser ajustado para pressionar o mínimo possível, impossibilitando quaisquer riscos de rompimento.

Todas as mulheres podem colocar prótese mamária: verdade

A prótese é indicada para a grande maioria das mulheres, porém, há algumas exceções, como as grávidas, mulheres que estão amamentando, aquelas que possuem risco cirúrgico causado por problemas de saúde, portadoras de doenças hematológicas ou imunodepressoras não controladas – que inclui câncer ativo, doença mamária não tratada, lúpus e artrite reumatoide.

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