Os autores do trabalho: Letícia Braga, Wander Jeremias, Fábio Queiróz e Natália Custódio. Crédito: Instituto Mário Penna
O “Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico” é celebrado no Brasil, no dia 08 de julho. O objetivo da comemoração é despertar o gosto dos jovens pela ciência e divulgar a relevância do saber científico para a sociedade. Neste ano, o Instituto Mário Penna/Belo Horizonte celebra duplamente a data ao por promover um mês de conhecimento em sua plataforma de ensino à distância, e ao receber uma menção honrosa para sua nova unidade de “Ensino, Pesquisa e Inovação”, na “American Association Cancer Society”.
Em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o Instituto Mário Penna – Ensino Pesquisa e Inovação (IEPI Mário Penna) participará de um congresso on-line, entre os dias 24 e 28 de julho de 2022, em Chicago/Illinois (EUA), onde será contemplado com a máxima honraria da conferência internacional de oncologia. O trabalho “Análise de genes de transporte de membrana como ferramentas prognóstica e preditora de resposta à quimioradioterapia em pacientes com câncer do colo do útero” (Analysis of membrane transport genes as prognostic tools and predictors of response to chemoradiation therapy in patients with cervical câncer) foi considerado a terceira melhor produção científica deste ano, pela associação americana.
O estudo desenvolvido dedicou-se a identificar resistência ao tratamento quimioterápico em pacientes com “Câncer Cervical”, mais conhecido como “Colo do Útero”. Os resultados preliminares alcançados trazem um panorama dos grupos genéticos promissores a uma resposta à quimiorradiação, assim como os quimiorresistêntes ou com quimiossensibilidade aos tratamentos. A pesquisa é um potencial instrumento de prognóstico para o Câncer, tal como para uma tomada de decisão mais precisa dos profissionais e uma terapêutica mais eficaz ao paciente.
A iniciativa promoveu a pesquisa básica laboratorial e as intervenções clínicas realizadas à beira do leito. É por meio de ferramentas fundamentadas em ciências de dados e em um conjunto de informações clínicas, como, por exemplo, a história médica dos pacientes e os dados coletados de exames laboratoriais, que esses recortes da pesquisa foram transformados em parâmetros que atuam em prol de uma melhor assistência em saúde, no campo da oncologia.
Para Wander de Jesus Jeremias, pesquisador do laboratório de Farmacologia Experimental da Escola de Farmácia da UFOP, o projeto tem potencial para contribuir para decisões mais assertivas em casos de necessidade de tratamento do Câncer do Colo do Útero. “Os resultados conduzem o grupo de pesquisadores a desenvolverem uma ferramenta de base tecnológica que será capaz de prever, com precisão, se a doença de uma paciente é tratável com a quimio e radioterapia (padrão preconizada no sistema único de saúde – SUS) ou se deverá ser aplicado um tratamento diferente, com resultados mais personalizados”, afirma.
Todo o recrutamento de pacientes ocorreu no “Hospital Luxemburgo”, todos os ensaios experimentais, desde a extração das amostras até o sequenciamento genético, foram realizados nos laboratórios e pelos pesquisadores da instituição. Já as demais parcerias participaram da fase de análise dos dados. Segundo Letícia Braga, Gerente da Pesquisa Translacional em Oncologia, do Instituto Mário Penna – Ensino, Pesquisa e Inovação, o prêmio representa o reconhecimento de membros da comunidade científica sobre a relevância do tema investigado. “Esta honraria é de suma importância para validar a pesquisa desenvolvida pelo Instituto, em uma perspectiva de geração de conhecimento e de inovação em oncologia”, diz.
O avanço e a aproximação da pesquisa acadêmica com as práticas clínicas trazem significativas melhoras para a saúde do paciente. É por meio da ciência e da pesquisa que soluções e aprimoramentos na assistência em saúde oncológica chegam até à população. Esse planejamento e desenvolvimento de produtos aplicáveis são desenvolvidos pelos pesquisadores que, visando a promoção da saúde, oferecem novas soluções em favor da humanidade.
Para Márcio Sanches, Diretor do IEPI Mário Penna, a premiação é um marco histórico por se tratar de um cenário mundial de produção científica. O diretor enfatiza que as descobertas fazem com que a nova unidade invista ainda mais em pessoas, em tecnologia, em inovação, bem como em atrair parcerias estratégicas que conduzam ao conhecimento global em saúde. “Parabenizo, não somente os pesquisadores que fizeram seu trabalho de forma brilhante, mas a todos que contribuíram, como um time, para que esse reconhecimento pudesse acontecer da melhor maneira possível e dentro do mais alto nível de produção científica”.
Os autores do trabalho, ainda em andamento, são: Natália Gregório Custódio, Ângelo Borges de Melo Neto, Tamires Alves Caixeta, Álvaro Percínio Costa, Matheus de Souza Gomes, Laurence Rodrigues do Amaral, Paulo Guilherme O. Salles, Letícia da Conceição Braga, Fábio Ribeiro Queiroz, Vasco Ariston de Carvalho Azevedo e Wander de Jesus Jeremias. Após a conclusão das últimas análises, o estudo será publicado na revista científica internacional do congresso “2022 AACC ANNUAL SCIENTIFIC MEETING AND CLINICAL LAB EXPO”.