Médica da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) explica a relação entre o “aumento dos sintomas” com a queda de temperatura
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Nos meses mais frios ou em que as oscilações de temperaturas tendem a ser mais bruscas, alguns fatores contribuem para o agravamento dos sintomas em pessoas com doenças reumáticas, como a redução da atividade física, essencial para aliviar dores em boa parte dos quadros clínicos. A tendência de ficarmos mais “encolhidos” aumenta a rigidez e a chance de contraturas musculares, gerando gatilhos, especialmente na coluna, que podem irradiar dores.
Conforme explica a reumatologista Ana Clara Ribeiro, da Sociedade Paulista de Reumatologia – SPR, pessoas com doenças reumáticas são vulneráveis às condições meteorológicas. “As articulações possuem barorreceptores sensíveis à pressão que podem detectar mudanças atmosféricas antes da chegada de uma massa de ar frio, fazendo com que algumas pessoas sintam a mudança do tempo. O frio também pode desencadear alodínia – condição em que estímulos normalmente não dolorosos provocam dores, afetando particularmente pacientes com quadros de fibromialgia”.
Pacientes com Síndrome de Raynaud – quando os dedos ficam arroxeados ou esbranquiçados no frio -, artrites inflamatórias e fibromialgia crônica podem sentir desconforto maior durante o inverno. “O Raynaud é mais frequente no frio, geralmente por diminuição da circulação sanguínea natural em baixas temperaturas, e em quem tem alguma doença autoimune associada, como esclerose sistêmica, pode provocar úlceras nas pontas dos dedos. Já no caso das artrites, osteoartrite e dor crônica, as pessoas sentem uma espécie de intensificação das dores e aumento de rigidez articular”, ressalta a médica.
Diante disso, ela destaca algumas medidas preventivas para minimizar o impacto do frio:
- Mantenha-se aquecido com roupas adequadas, incluindo luvas e meias, conforme a necessidade;
- Não deixe de se movimentar. Manter a rotina de atividade física é essencial para a saúde das articulações;
- Esteja em dia com o tratamento médico para evitar crises.
“Existe uma máxima que diz que ‘exercício bom é aquele que você consegue fazer com certa frequência’. Então, manter a prática, ou se não tem uma, inicie uma para melhorar a resposta a qualquer tratamento. E não deixe de fazer atividades aeróbicas, fortalecimento e alongamentos. Alongar – apesar de não ‘aquecer’ o corpo, é super importante nessa fase do ano em que estamos mais ‘encolhidos’”, observa.