Excesso de colesterol LDL influencia no surgimento de doenças cardiovasculares.
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Perfil lipídico e risco cardiovascular são duas avaliações feitas pelo cardiologista que ajudam a entender a predisposição que uma pessoa tem para desenvolver problemas cardíacos ao longo da vida, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Entre outros fatores, eles são baseados nos níveis de colesterol apresentados pelo paciente – em especial o LDL, conhecido como “colesterol ruim”, que influencia em algumas doenças cardiovasculares.
De acordo com o Dr. Rafael Vilanova, gerente de Cardiologia do CHN, que faz parte da Dasa, rede de saúde integrada do Brasil, é preciso rastrear outros marcadores que elevam o risco cardíaco, como a lipoproteína (a), que está aumentada em 20% da população brasileira e não é modificada por dieta e exercícios. Quando esses indicadores se apresentam em grau elevado, os pacientes devem ser acompanhados e ter os seus fatores de risco modificáveis tratados de forma mais intensa.
“Existem fatores que aumentam o colesterol LDL, como sedentarismo, obesidade, diabetes e alimentação rica em alimentos industrializados. Há também a genética, já que famílias com colesterol elevado costumam ter vários membros com essa manifestação, o que explica o fato de algumas pessoas com rotina saudável também apresentarem esse problema”, explica o Dr. Rafael. Com os resultados do perfil lipídico e do risco cardiovascular, o médico define a meta de colesterol ideal para o paciente e uma estratégia para chegar a ela.
Principais doenças cardiovasculares relacionadas ao colesterol alto – Quando os níveis de colesterol estão altos, surgem placas na parede dos vasos sanguíneos formadas por gorduras e depósito de cálcio, a principal causa da doença aterosclerótica. Uma de suas principais manifestações é a doença arterial coronariana (DAC), que, nas raras vezes que apresenta sintomas, provoca dor torácica, que pode irradiar para as costas, os braços e a mandíbula. Mulheres, diabéticos e idosos podem ter cansaço, falta de ar durante o esforço, suor excessivo e dor na boca do estômago.
“Quando a DAC passa despercebida, o paciente pode ter angina ou infarto; quando esse infarto não é tratado corretamente, pode causar insuficiência cardíaca. Nessa condição, o coração fica dilatado e fraco, o que provoca cansaço, inchaço na perna e falta de ar”, define o especialista, ao destacar que a DAC também contribui para o surgimento de doenças cerebrovasculares – como o AVC –, e prejuízo de vasos nos rins e de vasos que levam o sangue para as pernas.
Para prevenir a elevação do colesterol, é fundamental cultivar hábitos saudáveis. A alimentação deve ser mais natural, com frutas, verduras e legumes, e com menos processados e industrializados. A prática de atividades físicas por, pelo menos, 150 minutos por semana também é indicada, principalmente exercícios aeróbicos e de força, que melhoram o metabolismo e aumentam a massa muscular.
Evitar a obesidade e buscar tratamento de condições como diabetes e hipotireoidismo também ajudam no controle do colesterol LDL. Contudo, alguns pacientes podem precisar de medicamentos específicos, mas isso deve ser avaliado por um cardiologista.