Desde o último dia 8 de janeiro, quando a China comunicou os primeiros casos de contaminação por uma nova cepa de coronavírus, todos os países do mundo entraram em estado de alerta, e com razão. O risco de uma epidemia global passou a ser real, devido a rapidez de sua propagação e vitimização. Esse novo tipo de coronavírus causa doenças respiratórias graves, como pneumonia, que podem levar a uma insuficiência renal e a morte.
Ele faz parte de um grupo de vírus comum entre animais e que alguns podem ser transmitidos também a seres humanos, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS, registrada em 2002, e o da Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS, em 2012.
O novo tipo de coronavírus, observado na China, denominado 2019-nCoV -, provavelmente foi transmitido por fezes de morcegos vendidos no mercado de animais silvestres de Wuhan, cidade com cerca de 11 milhões de habitantes, onde foram registrados os primeiros casos de contaminação, no final de dezembro passado. Ele causa sintomas comuns aos outros tipos de cepas de coronavírus transmitidos a seres humanos (Alpha coronarírus 229E e NL63 e o tipo Beta coronavírus OC43 e HKU1), como febre, tosse, dor muscular e cansaço, mas com maior gravidade por que causa uma pneumonia severa e pode levar a morte.
Devido a gravidade da situação, as autoridades chinesas divulgaram, tão logo foi confirmada a existência dessa nova cepa de coronavírus, o seu sequenciamento genético para que outros países pudessem identificar rapidamente os casos da doença.
Enquanto não descobre uma vacina, as autoridades estão orientando as pessoas adotarem medidas preventivas de contaminação, como lavar as mãos regularmente, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, não comer carne e ovos crus, e não entrar em contato próximo com pessoas que apresentem esses sintomas.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde montou um centro de operações para monitorar os possíveis casos de contaminação e informou que desde o dia 1º de fevereiro (domingo), o Brasil segue com 16 caso suspeitos do novo coronavírus. Entretanto, nenhum caso foi confirmado. Metade dos pacientes está em São Paulo. Há suspeitas também no Ceará (1), Rio de Janeiro (1), Paraná (1), Santa Catarina (2), e Rio Grande do Sul (4).
Outros dez casos foram descartados: Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (2), Paraná (1), Santa Catarina (2), e Rio Grande do Sul (3).
Ouvido pelo Portal Medicina e Saúde, o Dr. Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, destacou que “nesse momento não existe nenhum caso confirmado em solo brasileiro, não há motivo para pânico. As autoridades de saúde estão orientando os hospitais, os médicos, a vigilância dos aeroportos, para tomarem todas as medidas cabíveis. Possivelmente, se ocorrerem casos no Brasil, a maioria deles será leve e não fatal, tal como está acontecendo na China. Então, neste momento, alertamos as pessoas para tenham como rotina, as medidas preventivas de contaminação. E vamos aguardar, com serenidade, as novas informações do serviço de saúde público e, obviamente, evitar viajar para a China”.