Cardiologista do Hospital Samaritano Paulista explica o perfil destes pacientes e formas de adaptações em algumas experiências
As pessoas que possuem um marca-passo, por problemas relacionados ao coração, precisam de alguns cuidados no seu dia a dia ao longo da vida, seja na utilização ou aproximação de aparelhos eletrônicos ou até mesmo em ambientes como festas e shows. Tudo isso por causa do campo magnético, que pode gerar algum tipo de interferência no funcionamento do dispositivo. São direcionamentos fundamentais a partir do período pós-operatório, recomendações sobre a forma de utilizar ou distanciamentos em algumas experiências que podem mudar um pouco a rotina deste tipo de paciente que, acompanhado por este marca-passo, tem uma vida quase normal.
De acordo com o Dr. José Carlos Tavares, cardiologista especialista em arritmia e marca-passo do hospital Samaritano Paulista, a condição para a implantação do dispositivo é o Bloqueio Atrioventricular, um tipo de distúrbio do ritmo do batimento, uma interrupção parcial ou completa da transmissão do impulso dos átrios aos ventrículos. Geralmente, pacientes que precisam deste procedimento possuem doenças degenerativas decorrentes da idade; hipertensão; miocardites; pós-infarto; e doença de Chagas.
Com o marca-passo, essas pessoas passam a ter os batimentos cardíacos regulados, trazendo segurança e bem-estar, fazendo uma revisão periódica de duas vezes ao ano, caso não tenha algum episódio emergencial. Os cuidados, então, estão no contato com campos magnéticos, presentes em:
- Aeroportos, com detectores de metais. Os pacientes possuem um cartão médico de identificação.
- Porta de bancos (alguns já possuem outro tipo de dispositivo).
- Ressonância Magnética (aparelhos mais recentes, de 2013 para cá, já foram adaptados).
- Telefones celulares (orientação sempre foi de 15 cm para qualquer modelo, incluindo os mais modernos e mais potentes).
- Forno de Micro-ondas (utilização liberada, sem se debruçar sobre o aparelho, mantendo 1 metro de distância).
- Shows e festas com som muito alto (estar perto de caixa de som muito potente não é recomendado).
- Serras elétricas, geradores de transmissão de energia, bobinas de automóvel (evitar).
“Os itens citados são evitados ou controlados por haver a possibilidade de mudarem a configuração do aparelho ou até mesmo inibi-las, dando impulso ao que não deve dar ou parando o que não pode parar”, explica o Dr. José Carlos Tavares. No entanto, a utilização de aparelhos como, televisão e computador, por exemplo, é normal. “O prático bolso da camisa dos homens também deve ser evitado para transportar estes componentes. Bolsas também”, completa.
Entre os pacientes que utilizam o marca-passo, alguns são apenas auxiliados com os batimentos através do dispositivo. Outros possuem o bloqueio completo e dependem 100% desta estimulação. A mensuração do aparelho é realizada nas consultas de revisão ao especialista, mas se houver mudança ou oscilação nos batimentos de forma emergencial, o médico e um serviço de saúde devem ser procurados.