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A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus. Esse é um vírus transmitido pela picada de um artrópode hematófago, o mosquito Aedes aegypti. Conforme explica a Dra. Dania Abdel Rahman, infectologista e coordenadora do setor de Infectologia clínica e controle de infecção do Hospital Albert Sabin– (HAS, de São Paulo/SP), “ela é transmitida unicamente pela fêmea do mosquito, uma vez que ela precisa do ferro do sangue para se reproduzir. Não há transmissão pelo contato direto com um doente nem por outras fontes, como água ou alimento”.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 200 mil casos da dengue somente em 2024, número três vezes maior que no mesmo período do ano passado. A doença é tipicamente de países tropicais, como o Brasil, pois o índice de chuvas, principalmente no verão, é mais alto nesses locais, facilitando a deposição de larvas do mosquito transmissor em águas paradas.
Os principais sintomas da doença são:
- Febre alta;
- Dores musculares intensas;
- Dor ao movimentar os olhos;
- Falta de apetite;
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Manchas avermelhadas pelo corpo com coceira, mais tipicamente após o quinto dia de sintomas.
De acordo com a médica, não existe uma medicação específica para matar o vírus da dengue, sendo essa uma infecção autolimitada, ou seja, que se resolve espontaneamente com o passar dos dias. Contudo, medicamentos como paracetamol e dipirona ajudam a aliviar os sintomas. Em casos mais graves, com sintomas como desidratação e/ou hemorragias, a internação hospitalar se fará necessária.
Por tratar-se de uma doença inflamatória potencialmente grave, é de extrema importância realizar uma hidratação vigorosa nesse período.
A vacina é outra forma de prevenção muito importante. “Existe uma nova vacina no mercado, a Qdenga, proveniente de um laboratório japonês que se chama Takeda”, destaca a infectologista, explicando que ela é feita com o vírus vivo atenuado, então não deve ser prescrita para pacientes imunossuprimidos.
Na bula é recomendada dos 4 aos 60 anos de idade. Gestantes também não devem ser vacinadas, nem mulheres que amamentam, porque é feita com vírus vivo atenuado. É uma vacina muito eficaz, que mostrou ótimos resultados nos estudos.
São duas doses que devem ser tomadas com intervalos de três meses, entre a primeira e a segunda dose. Ela contempla os quatro subtipos mais conhecidos do vírus e é recomendada, inclusive, para pacientes que já tiveram dengue.
No mais, a forma mais eficaz de prevenção da dengue é o combate ao mosquito, adotando hábitos como tampar caixas d’água e lixeiras, colocar areia nos pratos de plantas, limpar bem as vasilhas de animais de estimação e demais ações preventivas com o objetivo de evitar água parada. “Vale lembrar também que entre as medidas para ‘espantar’ o mosquito estão as barreiras físicas, como mosquiteiros e telas, e as barreiras químicas, como repelentes e inseticidas”, finaliza a Dra. Dania Abdel Rahman.