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Idealizada por uma marca de preservativos em 2008, o Dia do Sexo, celebrado todo 6 de setembro, ganhou adesão no Brasil, especialmente entre as agências de marketing.
Segundo estudo publicado pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual, 35% dos casais têm, em média, entre uma e três relações por mês. Vários fatores interferem no número de relações, como faixa etária, filhos, ritmo e estilo de vida, equilíbrio emocional e trabalho, entre outros. Independentemente da frequência, o importante é cada casal chegar a um denominador comum para que se possa aproveitar os benefícios dos momentos íntimos. E especialistas do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), dão diversas razões para intensificar a atividade.
De acordo com o neurologista Leonardo de Deus, o sexo pode trazer inúmeros benefícios neurológicos, especialmente devido à liberação de hormônios. “Temos a liberação de endorfinas, hormônios associados ao prazer e a redução da dor, substâncias químicas que melhoram o humor e criam a sensação de euforia. Também reduz os níveis de cortisol, o hormônio do estresse e, com isso, há a sensação de calma e melhora das funções cognitivas”.
Dentre as melhorias neurológicas, o sexo também estimula a neurogênese, ou seja, a produção de novos neurônios, contribuindo para efeitos positivos na memória e função cerebral. “Outro hormônio é a prolactina, benéfica ao sono, e, principalmente, a ocitocina, o ‘hormônio do amor’, que gera maior conexão emocional entre os parceiros, fortalecendo os vínculos afetivos”.
Corpo feminino – Do ponto de vista sexual, a ginecologista Vanessa Machado enfatiza os benefícios para a saúde das mulheres. Dentre os principais, ela destaca a melhora da lubrificação vaginal, o fortalecimento do assoalho pélvico, alívio de cólicas e regulação do ciclo menstrual.
“No corpo feminino, outra vantagem é que o movimento estimula o músculo do assoalho pélvico, o que previne problemas como, por exemplo, a incontinência urinária. E por também estimular a circulação sanguínea, ajuda a prevenir infecções, mantendo a flora vaginal saudável”, relata.
Como o sexo promove o equilíbrio emocional, algumas mulheres relatam que contribui para a regularização do ciclo menstrual. “As cólicas menstruais também são aliviadas, uma vez que o orgasmo ajuda a liberar o acúmulo de sangue menstrual mais rapidamente, tendo como consequência a redução da dor”.
Um ponto destacado pela ginecologista é que o sexo deve ser praticado de maneira segura para que seja, de fato, prazeroso, e não implique em problemas futuros. “É importante usar proteção para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Por isso, não se deve abrir mão de métodos contraceptivos”, orienta.
Corpo masculino – Para o organismo masculino, as vantagens físicas são enumeradas pelo urologista Bruno Resende. “Há uma grande melhoria do aspecto emocional, devido à liberação de endorfina e hormônios que também facilitam a produção da testosterona. A testosterona é um grande potencializador para a saúde masculina, estando relacionada ao metabolismo de gordura e açúcar, é antidepressivo, controla a ansiedade, auxilia na produção de músculos, estimula o vigor físico e manejo do sono. Além de também fortalecer o assoalho pélvico”, diz.
Saúde mental – Conforme ressalta o psicólogo Gabriel Banzato, a atividade sexual contribui para o bem-estar emocional e psicológico. Além dos benefícios relatados pelo neurologista, a atividade sexual também é benéfica para a leveza existencial. “O momento de intimidade entre duas pessoas possibilita uma ligação afetiva entre elas e, mesmo que momentânea, isso gera o bem-estar emocional.
Ao longo da vida, cultivar boas relações e principalmente relações intensas e profundas, traz benefícios para a própria existência e para a qualidade de vida. Essa ligação afetiva, por si só, alivia a ansiedade e outras dores, nos permite também sair um pouco da burocracia do dia a dia e promover uma situação de relaxamento e completude, alcançada pelo vínculo afetivo. Então, além de todas as questões físicas, há um certo alívio de ordem emocional, que é extremamente positivo”, enfatiza.