Dia Mundial da Atividade Física- 06 de abril: exercícios físicos podem contribuir para a prevenção de pelo menos 13 tipos de câncer

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Desde 2002, comemora-se o Dia Mundial da Atividade Física em 6 de abril. O objetivo é promover a necessidade de se exercitar e praticar esportes como hábitos saudáveis.  A atividade física tem sido considerada um pilar fundamental na promoção da saúde, além de contribuir para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e para fortalecer o bem-estar psicofísico e a qualidade de vida em qualquer faixa etária. O que a maioria das pessoas não sabem é que sua prática regular ajuda a prevenir pelo menos 13 tipos de câncer, dentre eles, um dos tumores ginecológicos mais comuns, o que acomete o corpo do útero (endométrio).

Uma pesquisa realizada pelo National Cancer Institute, nos Estados Unidos, aponta que o exercício regular está associado à diminuição de pelo menos 13 tipos de câncer incidentes e com altas taxas de mortalidade: esôfago, fígado, pulmão, rim, estômago, endométrio, leucemia, cólon, mama, cabeça, pescoço, reto e bexiga.

Conforme destaca o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), “Status Global sobre Atividade Física 2022”, até 2030, meio bilhão de pessoas poderão desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e outras enfermidades devido ao sedentarismo. Mas qual é a exata relação da atividade física na prevenção e tratamento do câncer?

Pesquisas demonstraram que uma vida ativa contribui tanto para a prevenção de tumores quanto para o bem-estar de quem já foi diagnosticado com a doença, além de aumentar o sistema imunológico, a circulação sanguínea e o fluxo de oxigênio, o que ajuda a combater as células cancerígenas. Nesse sentido, numerosos esforços já vêm sendo feitos, para quebrar o paradigma de que pessoas com câncer deveriam descansar e evitar esforços físicos.

Henrique Novais Mansur, educador físico e doutor em Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora, reforça: “ainda é pouco orientado pelos profissionais da saúde a prática do exercício físico nos pacientes com câncer”.  Contudo, antes de começar, é sempre bom perguntar ao seu oncologista como e quando se movimentar, para assim escolher a intensidade do treino e o tipo de movimento mais adequado à sua condição e seguir orientações específicas ou treinos com profissionais qualificados.

Benefícios da atividade física – O exercício físico é um importante aliado quando falamos em prevenção do câncer. Mas, seus benefícios também se estendem para quem está em tratamento ou foi diagnosticado com a doença. Além de produzir bem-estar e regular a produção hormonal, ocorre a redução do estado pró inflamatório e a diminuição de citocinas que podem facilitar o surgimento de mutações e de câncer.

A redução da gordura corporal diminui o risco de câncer, pois o acúmulo de gordura pode colocar em circulação “substâncias” nocivas (fatores pró-inflamatórios e que favorecem o surgimento de tumores). Mas, deve-se lembrar, entretanto, que a realização de atividade física deve ser sempre orientada com base nas próprias necessidades e condições ósseas, musculares e cardiorrespiratórias e recomendação médica. Este é um fator protetor contra o desenvolvimento de tumores.

De acordo com o cirurgião oncológico, Glauco Baiocchi Neto, presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos – EVA, “é muito importante que a população tenha consciência da importância da vida em movimento, ou seja, que a atividade física – dentro de um contexto de estilo de vida saudável – favorece a prevenção de mais de uma dezena de tipos de câncer”,

A Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com o Guidelines da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), aponta que é seguro praticar exercícios durante o tratamento oncológico, desde que autorizado pelo oncologista. A prática de esportes regularmente promove:

Quais exercícios fazer? – Cada uma dessas atividades traz benefícios diferentes para o corpo. Alguns fortalecem os músculos das pernas, braços, abdome. Outros desenvolvem a mobilidade e ainda implementam resistência cardiorrespiratória.  Algumas das opções são: caminhada, corrida, natação ou hidroginástica, ioga, dança, pilates, bicicleta musculação, aeróbica e tênis. Ainda, também, exercícios aeróbicos (como caminhada, corrida, ciclismo), bem como os voltados para o desenvolvimento e manutenção da força muscular, como flexão de joelhos, exercícios com resistência adequada e sobrecargas. Eles são necessários e são uma forma de combate ao sedentarismo.

Redução de efeitos colaterais do tratamento – Movimentar o corpo também ajuda a reduzir os efeitos colaterais associados aos tratamentos e à doença, além do risco do paciente sofrer uma recidiva, a tal ponto que hoje o impacto da atividade física nas doenças oncológicas é um tema de grande interesse e com farta literatura. Muitas hipóteses foram levantadas sobre essa correlação, mas os mecanismos exatos pelos quais a prática esportiva tem impacto em várias formas tumorais ainda são desconhecidos.

De fato, os tratamentos oncológicos estão associados a efeitos colaterais. Estes incluem cansaço/fadiga, mais frequentemente relatados pelos pacientes em tratamento, a nível físico, bem como efeitos psicoemocionais, incluindo depressão com empobrecimento geral da aptidão física e qualidade de vida.

A atividade física contribui para diminuir os efeitos em cadeia, que podem resultar em menor adesão à terapia e, portanto, eficácia mais reduzida do tratamento e resultados menos favoráveis. O que também é compartilhado pelo educador físico. Segundo ele, “o exercício físico é a melhor forma de tratamento da fadiga comum ao paciente em tratamento de câncer. Ela reduz a duração da internação e o tempo em terapia intensiva, auxiliando o paciente a retornar mais rapidamente às suas atividades cotidianas. Aumenta também a probabilidade de remissão da doença”, destaca.

Importante aliado – O exercício físico, portanto, é uma parte importante do tratamento e prevenção desta doença. Como apontado, é conveniente reiterar sua capacidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas e seu potencial para diminuir o risco de recorrência de alguns tipos de câncer. Entre os benefícios aos pacientes oncológicos estão:

Mexa-se, mas com devidos cuidados – O educador físico Henrique Novais Mansur reforça a importância do paciente perguntar ao oncologista se há alguma contraindicação para a prática de atividade física. “O que deve ou não ser realizado, depende de uma série de fatores como o nível de atividade física no diagnóstico, o estágio e local da doença, a presença ou não de metástase”, pontua. Portanto, antes de iniciar qualquer programa de exercícios é importante conversar com sua equipe de saúde para garantir segurança. Também é crucial começar com intensidade leve e aumentar aos poucos a duração da atividade física.

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