A cardiologista Patrícia da Silveira Lages: “coração e cigarro não combinam”.
Celebrado nesta quinta-feira, 29 de agosto, o Dia Nacional de Combate ao Fumo é mais uma oportunidade para conscientizar a população de que o uso de cigarros tradicionais, eletrônicos e narguilés causam mal à saúde. Em estatísticas, esse hábito é a principal causa de morte evitável no mundo, com grande prevalência de doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e também de males pulmonares como enfisema e câncer, entre outros.
Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e em Tabagismo e Reabilitação Cardíaca pelo Instituto do Coração (Incor), a coordenadora do Serviço de Cardiologia e do ambulatório de Tabagismo do Hospital Vila da Serra, Patrícia da Silveira Lages é enfática sobre o uso do cigarro. “Coração e cigarro não combinam. Embora a incidência do tabagismo tenha caído muito no Brasil nos últimos 20 anos, o alerta continua porque o perigo está tomando outras formas”, adianta.
Neste ano, o alerta do Dia Nacional de Combate ao Fumo é justamente sobre o uso do narguilé, um equipamento que mascara os riscos do tabagismo e tem fatores agravantes, já que o uso é compartilhado. Segundo a cardiologista, essências e cheiros diferentes apenas mascaram o risco, que atende pelo nome de nicotina e outras substâncias psicoativas que também causam dependência. “Uma sessão de narguilé corresponde a cem cigarros por dia. Como as pessoas usam a mesma biqueira, existe o risco de doenças como herpes labial, por exemplo”, ressalta.
Na mesma lista está o cigarro eletrônico que, embora não produza fumaça como o tradicional, também é “movido” com nicotina. Nesse caso, as pessoas também inalam os compostos liberados pela bateria do equipamento.
Homens e mulheres
No passado, as maiores vítimas do tabagismo eram os homens. Mas com o passar do tempo, as mulheres já estão quase alcançando o mesmo percentual de risco.
A médica explica que as tabagistas que usam pílula anticoncepcional aumentam em 40% a possibilidade de doenças do sistema cardiovascular, principalmente trombose, por exemplo. “Ou a mulher para de fumar ou não usa o medicamento. A união dos dois é uma verdadeira bomba relógio para a saúde feminina”, aponta.
Tratamentos
Quem quer parar de fumar não precisa ter medo. Patrícia da Silveira Lages garante que os tratamentos disponíveis, quando existe o desejo de ficar livre do vício, garantem sucesso em até 80% dos casos. “No Ambulatório de Tabagismo do Vila da Serra recebemos pessoas de diversos tipos, mas o essencial é o paciente ter a consciência de que precisa se cuidar. Quem tem medo da síndrome de abstinência pode ficar tranquilo porque os métodos que usamos evitam essa sensação e tornam o abandono do cigarro menos traumático”, explica.
Para evitar o risco, a médica recomenda um bom e sonoro não, logo no primeiro convite, principalmente para os jovens. “Se a pessoa tiver uma predisposição genética para a dependência, o mal está feito”, conclui.
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