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Dias quentes e pancadas de chuva: cuidado com o mosquito da dengue

O clima mais abafado e úmido aumenta a proliferação dos diversos sorotipos do vírus

Imagem: Pixabay

De acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, foram registrados mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue e 5.881 óbitos confirmados em 2024. Com a chegada do verão, em dezembro, que traz pancadas de chuva frequentes e dias mais quentes, a tendência é que haja um aumento de casos de dengue e outras arboviroses, como a Zika, a Chikungunya e o Oropouche.

De acordo com a infectologista Luisa Chebabo, do Rio de Janeiro/RJ, “a dengue, a Zika e a Chikungunya são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, que tem a sua reprodução favorecida, principalmente, por ambientes com acúmulo de água parada e temperaturas mais elevadas. Como o tempo que o mosquito leva para se desenvolver totalmente é bem menor em épocas quentes se comparado com dias mais amenos, os casos das doenças transmitidas por ele aumentam de forma significativa no verão”.

Esse aumento de casos não está ocorrendo apenas no Brasil, afirma. Segundo ela, as mudanças climáticas dos últimos anos desempenharam um papel essencial na disseminação de arboviroses no mundo, fazendo com que elas estejam mais presentes em países que não têm um clima tropical, como Portugal, Espanha e outros locais da Europa.

Sintomas – A dengue é a doença mais comum transmitida pelo mosquito, com sintomas como febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, cansaço e manchas vermelhas na pele. Em casos mais sérios, pode evoluir para a forma grave, que leva a sangramentos e até ao óbito, caso não seja tratada de maneira adequada. Atualmente, o Brasil registra a presença dos quatro sorotipos da doença: DENV-1 e DENV-4, considerados menos virulentos, e DENV-2 e DENV-3, geralmente associados aos casos mais graves.

Por sua vez, a Chikungunya é caracterizada, principalmente, por dores intensas nas articulações, que podem durar semanas ou até meses, além de febre e mal-estar. Já a Zika, que tende a ser assintomática na maioria dos casos, pode levar a quadros de febre baixa, erupções cutâneas e dor nas articulações, sendo ainda mais preocupante para as gestantes, uma vez que aumenta as chances de desenvolvimento de microcefalia nos bebês.

Vírus Oropouche – Apesar de ser relacionado, na maioria das vezes, com o Culicoides paraensis, também conhecido como mosquito-pólvora, o vírus Oropouche pode ser transmitido pelo Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo, e deve ser outro ponto de atenção durante o verão.

Seus principais sintomas incluem febre, dores musculares, dor de cabeça, dor retro-orbital (atrás dos olhos), calafrios, náuseas, vômitos e erupções cutâneas. Em alguns casos, pode haver também inflamação nas articulações e conjuntivite.

Conforme explica a Luisa Chebabo, existem diversas ações que podem prevenir essas arboviroses. Uma delas é a vacina da dengue, que deve ser tomada em duas doses e com três meses de intervalo entre elas. No dia a dia, a principal medida é eliminar os locais de reprodução do mosquito, como pneus, garrafas, caixas-d’água e vasilhas destampadas, ou seja, qualquer recipiente que possa acumular água.

Durante temporadas de calor ou chuvas mais frequentes, essas ações devem ser feitas ao menos uma vez por semana por conta, principalmente, do ciclo de reprodução mais acelerado do mosquito. Além disso, o uso de repelente e de roupas de mangas longas e o uso de mosquiteiros em portas e janelas, também são recomendações adicionais para reduzir o risco de infecção”, detalha a especialista.

Caso um ou mais sintomas de dengue, Zika, Chikungunya ou Oropouche seja identificado, é importante que o paciente busque atendimento médico especializado o quanto antes para evitar a evolução para quadros graves da doença.

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