Psicólogo Rossandro Klinjey: “o período escolar é uma fase onde se busca aceitação de determinados grupos e quando se nota uma maior pressão vinda de pais, professores e colegas. ”
Segundo um levantamento feito pela Secretaria da Educaçãodo Estado de São Paulo, sete em cada 10 alunos relatam sintomas de ansiedade ou depressão no pós-pandemia. Pensando nas dificuldades enfrentadas por esses estudantes, o educador e psicólogo Rossandro Klinjey, de Campina Grande/PB, estudioso da área, elencou algumas dicas para os pais ajudarem os filhos em momentos de vulnerabilidade, além de explicar a importância da compreensão e do acolhimento nos momentos mais delicados.
“O período escolar é uma fase onde se busca aceitação de determinados grupos (padrão de comportamento e estético) e quando se nota uma maior pressão vinda de pais, professores e colegas. Todo esse turbilhão de sentimentos aglomerados criam um cenário bastante difícil para os jovens, que necessitam da ajuda dos pais para passar por essa fase de uma forma mais saudável e tranquila”, analisa Klinjey, que também é cofundador e embaixador da Educa, edtech brasileira especializada em ensino de competências socioemocionais para crianças e jovens no Brasil. Confira a seguir algumas dicas dele:
1- Valide os sentimentos – O primeiro passo é a validação dos sentimentos apresentados pela criança e adolescente. É fundamental que o jovem não tente reprimir o que está sentindo e entenda que os pais estarão por perto para ajudar. Validar significa mostrar ao seu filho que entende o que ele está sentindo e que não está errado por se sentir assim. Verbalize essa sua compreensão e ofereça ajuda. Diga e demonstre que compreende e quer saber de que forma pode ajudá-lo a enfrentar essas dificuldades.
2- Ofereça uma escuta ativa e segura – É fundamental que os filhos sintam confiança no diálogo parental para que esse seja um espaço seguro e acolhedor para eles. Possibilitar que a criança possa falar sem julgamento ou interrupções são ações importantes para fomentar um ambiente positivo.
3- Conte com ajuda profissional – Apoio de um psicólogo infantil ou de um psicopedagogo, que se tornam personagens importantes nessa estrutura oferecida para as crianças, pode ser fundamental nesse processo. Com a ajuda especializada, os pais podem tentar entender a causa da crise e criar melhores estratégias de enfrentamento.
4- Crie uma rede de apoio – Por mais que os pais sejam as maiores referências na vida de uma criança, o contato parental não acontece por um período integral. Sendo assim, é essencial que os genitores contem com a cooperação dos professores, familiares e amigos para a formação de um ciclo de confiança e cuidado.
5- Forneça informações precisas – É importante que o filho seja informado de forma clara e precisa sobre a sua ansiedade e o que vem acontecendo ao seu redor. Quanto mais informações ele receber será mais fácil compreender o problema e buscar soluções. No entanto, é sempre importante que os pais considerem a idade e a capacidade de compreensão da criança ou adolescente para transmitir esses ensinamentos.
6- Desmistifique o problema – Da mesma forma que é necessário esclarecer para a criança que a ansiedade é um transtorno que, se não cuidado, oferece riscos, é fundamental explicar que a ansiedade é um problema comum, que não precisa ter vergonha ou medo. Reforce que o apoio e o cuidado são importantes e que não há a necessidade de se sentir inferior ou constrangido ao pedir ajuda.
7- O amor é curativo – Por fim, mas não menos importante, é imprescindível que a criança se sinta amparada e acolhida, sobretudo durante os momentos de crise. Saber que somos amados e que temos alguém com quem contar na hora do pânico é fundamental, especialmente na infância e adolescência. Ofereça o seu melhor amor e apoio.