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A doença falciforme, condição genética que afeta a hemoglobina, proteína responsável por transportar oxigênio no sangue, é uma realidade para milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Estimativas do Ministério da Saúde revelam que, atualmente, existem entre 60 mil e 100 mil pacientes com essa doença no país. Além das crises dolorosas e da anemia crônica, a enfermidade pode desencadear complicações graves, como a necrose óssea.
Segundo o hematologista Rafael Alencar, da Rede Oto/Fortaleza/CE, “a necrose óssea, também conhecida como osteonecrose, ocorre quando a parte interna de um osso perde o suprimento sanguíneo, levando à morte das células ósseas. Isso pode provocar dor intensa, limitar a mobilidade e, em casos mais graves, causar deformidades ósseas e articulares, exigindo intervenções cirúrgicas”.
O Ministério da Saúde aponta que a necrose óssea é uma das principais complicações da doença falciforme, afetando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Essa condição pode ocorrer em diferentes ossos do corpo, porém, é mais comum na cabeça do fêmur e no úmero.
A relação entre a doença falciforme e a necrose óssea é complexa e envolve diversos fatores. “As hemácias em forma de foice, características da doença falciforme, obstruem os pequenos vasos sanguíneos, comprometendo a irrigação dos ossos e levando à necrose”, explica Rafael.
A doença falciforme também afeta e é afetada por questões sociais e raciais. Estudos apontam que 52% das vítimas são mulheres, e cerca de 80% dos diagnósticos são de pessoas pretas por conta da sua condição genética. “É necessário promover uma maior conscientização sobre a doença para que ela seja diagnosticada precocemente, possibilitando que o tratamento ocorra de forma mais eficaz”, destaca o profissional.