Para muitas mulheres a dor pode ser tão intensa que interfere nas atividades diárias.
Dor lombar (DL) e dor pélvica (DP) são sintomas extremamente comuns durante a gravidez e tendem a piorar quanto a incidência e gravidade a medida que a gravidez avança; em algumas situações a dor irradia para as nádegas, perna a e pés.
A dor lombar é usualmente definida como uma dor localizada entre a décima segunda costela e a prega glútea. Já a dor pélvica situa-se abaixo da crista ilíaca (cintura) e região inferior da nádega, particularmente na região da articulação sacro ilíaca.
Para muitas mulheres a dor pode ser tão intensa que interfere nas atividades diárias e pode causar transtorno do sono, consequentemente impactando negativamente na qualidade de vida. A prevalência mundial varia de 24% a 90%. Essa ampla variação, em parte pode ser explicada porque atualmente não existe um sistema de classificação reconhecido universalmente. Um estudo prospectivo com 325 grávidas detectou que 2/3 delas queixaram de dor lombar e/ou pélvica durante a gravidez. Existe também alguma evidência de prejuízo socioeconômico, principalmente pelo afastamento do trabalho. Recidiva da dor é frequente em gravidez subsequente. A dor pós-parto apresenta uma prevalência de 24,7% (variando de 0,6 a 67%), o que demonstra a importância de programas efetivos de tratamento para essa condição.
Apesar desse cenário, é estimado que cerca de 50% das mulheres recebem pouca ou nenhuma intervenção para controle dos sintomas. Estes números sugerem que mais estudos e esforços devem ser feitos para estabelecer a etiologia e a patogênese desta condição, uma vez que a causa exata para essa condição não é conhecida. Entre as teorias para tal, podemos citar:
- – Postura alterada com aumento da lordose lombar (curvatura excessiva da região inferior da coluna);
- – Fator mecânico relacionado ao ganho de peso;
- – Controle neuromuscular ineficiente decorrente a alterações hormonais;
- – Frouxidão ligamentar ao nível da sacro ilíaca.
Considerando a personalidade individual de cada mulher, a situação da gravidez e a detecção e tratamento precoces levarão a resultados mais satisfatórios.
Recomendações para o tratamento consistem em uma informação detalhada da situação, deixando claro que essa é uma condição relativamente comum durante a gravidez, encorajar a grávida a sempre que possível manter as atividades normais e manter uma atitude positiva. Ainda: estimular atividade física regular, sob supervisão adequada (caso não exista contraindicação), fisioterapia motora e medidas para alívio da dor de forma individualizada.