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A dor de cabeça é um problema recorrente entre a população mundial. Um grupo de cientista noruegueses mostrou recentemente, contudo, que o incômodo é mais comum do que imaginávamos. Segundo estudo, que revisou os números sobre ocorrência de enxaqueca na população global, não são 35% das pessoas que afirmam ter dor de cabeça uma vez ao ano, como se acreditava, mas 52%.
A médica intervencionista em dor, Dra. Amelie Falconi/Juiz de Fora/MG, destaca a importância de o paciente procurar auxílio médico para determinar o tipo de dor de cabeça que o acomete, para que consiga o correto tratamento. “As dores de cabeça são banalizadas, tornando-se um alvo frequente da automedicação, que pode levar ao seu agravamento”, afirma.
Segundo a Dra. Amelie Falconi, o diagnóstico começa pela história do paciente e por exames clínico e neurológico com o objetivo de determinar as causas e as características da dor. “Alguns exames de sangue e imagem às vezes são solicitados pelo médico para a elucidação do diagnóstico”, acrescenta. Conforme explica, apesar de serem importantes ferramentas para determinar o tipo de dor de cabeça, os exames não são obrigatórios para o diagnóstico.
Segundo ela, existem mais de 150 tipos de dores de cabeça, que podem ser dívidas em cefaleias primárias e cefaleias secundárias. Ao primeiro grupo pertencem as dores de cabeça que são tanto a doença como o sintoma. São exemplos de dores de cabeça primária a enxaqueca, a cefaleia tensional e a cefaleia em salvas, que ocorre em padrões ou em conjunto. Já as secundárias são as dores de cabeça desencadeadas por outras patologias, ou seja, apresentam-se como sintomas de outras doenças, que podem ter causas diversas, entre as quais: infecções de vias aéreas, distúrbios visuais, aneurismas cerebrais e tumores. “A mitigação desses tipos de dor de cabeça envolve o tratamento da doença de base”, afirma a médica.
Constância – As dores de cabeça podem ser consideradas motivo de preocupação, segundo a Dra. Amelie, quando são constantes. “Mesmo se forem leves, o fato de se repetirem com certa frequência já é razão para procurar tratamento, porque podem acarretar limitações diárias, por exemplo, no sono, humor, rendimento no trabalho e relacionamentos que, por sua vez, podem levar a consequência mais sérias”, destaca.
Em casos de dor de cabeça forte ou dores de cabeça associadas a sintomas como febre, rigidez de nuca, convulsões, desmaios, sonolência e alterações do nível de consciência, a busca pela ajuda médica deve ser feita de maneira imediata, alerta a médica, ao observar que há diversos fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento de dor de cabeça. Esses fatores, explica, são divididos em dois grupos: não modificáveis e modificáveis. Entre os fatores de risco não modificáveis estão a predisposição genética, o sexo (feminino), a escolaridade (baixa) e a idade. Por sua vez, os principais fatores de risco modificáveis são: uso excessivo de medicação para a fase aguda da enxaqueca; frequência das dores de cabeça; distúrbios do sono; obesidade; depressão e eventos estressantes da vida.
Além de medicamentos, são importantes estratégias para o tratamento da dor de cabeça: procedimentos intervencionistas para controle de dor; cuidados com a saúde mental; acupuntura e a prática regular de exercícios físicos. A mudança no estilo de vida, tais como ingestão de alimentos saudáveis, manejo do estresse e cuidado com a saúde mental, higiene do sono e prática de exercícios físicos contribuem para a diminuição das dores de cabeça.
Conforme observa, “nossa sociedade precisa começar a entender qualquer tipo de dor, inclusive a dor de cabeça, como uma doença que é interferência do estilo de vida”, diz
A médica relata que alguns pacientes podem ter dores de cabeça desencadeadas por alimentos ou por déficits nutricionais. Já outros pacientes apresentam aumento do número de crises e exacerbação da dor provocadas por momentos de estresse. Por sua vez os distúrbios do sono são um fator de risco importante para a cronificação das dores e por desencadear suas crises. Os exercícios físicos, afirma, são as medidas não-farmacológicas que apresentam mais impacto no alívio da dor.