Quadros respiratórios silenciosos desafiam médicos e expõem riscos da demora no diagnóstico
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As Doenças Pulmonares Intersticiais (DPIs) englobam mais de 200 condições que provocam inflamação e fibrose no tecido pulmonar, dificultando a respiração e reduzindo progressivamente a capacidade pulmonar. Estima-se que, no mundo, mais de 5 milhões de pessoas vivam com algum tipo de DPI, sendo a Fibrose Pulmonar Idiopática uma das formas graves e com pior prognóstico. Para ampliar o conhecimento sobre essas enfermidades de diagnóstico complexo, a campanha “DPI em Foco” foi lançada pela ABRAF (Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas), com parceria da Fundação ProAR, Instituto Unidos Pela Vida, Crônicos do Dia a Dia, Superando e Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo.
De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2023, os diagnósticos de DPIs têm aumentado no Brasil. Milhares de brasileiros convivem com essas patologias, muitas vezes sem saber, uma vez que os sintomas mais comuns, como tosse seca persistente e falta de ar, costumam ser confundidos com outras enfermidades respiratórias. “Essas doenças podem ter origem em fatores ambientais, uso de determinados medicamentos, doenças autoimunes, exposição a poeiras ou fungos e tabagismo, mas várias vezes elas podem ser idiopáticas, ou seja, sem causa conhecida. Em muitos casos, não conseguimos identificar um fator específico, o que torna essencial o acompanhamento médico e a detecção precoce, para que possamos tratar adequadamente o mais rápido possível, já que o tratamento diminui a progressão de doença, mas não reverte e nem estabiliza.”, afirma o Fábio Eiji Arimura, Médico Assistente do Grupo de Doenças Intersticiais Pulmonares, Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A presidente da ABRAF, Iara Machado, reforça a importância da informação acessível. “Precisamos falar sobre as DPIs com mais frequência. O desconhecimento atrasa diagnósticos e dificulta o cuidado. O entendimento da sociedade pode mudar a realidade de quem convive com essas doenças.”
Segundo ela, alguns dos desafios enfrentados pelos pacientes são a falta de informações, o acesso a centros de referência e a médicos especialistas. A campanha DPI em Foco promove a conscientização da população, estimula a busca por avaliação médica e contribui para evitar o agravamento da saúde respiratória.
A ABRAF, ressalta, segue comprometida em oferecer informação confiável para pacientes, familiares e profissionais de saúde. Há ainda a Central do Pulmão, 0800 042 0070, canal orientativo a pacientes e cuidadores de hipertensão pulmonar, fibrose pulmonar, insuficiência cardíaca, asma grave e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) através de telefone ou WhatsApp.
Informações: https://abraf.ong/