Por: Dr. Rodrigo D’Alessandro de Macedo
Ortopedista, especialista em coluna
Membro do corpo clínico do Instituto Mineiro de Ortopedia e Traumatologia – IMOT – Belo Horizonte| MG.
O ortopedista Rodrigo D´Alessandro: “importante é um diagnóstico precoce para que a estratégia de tratamento seja traçada”
A escoliose de início precoce é definida como toda escoliose que ocorre em pacientes menores que 10 anos de idade. A doença se manifesta por uma deformidade da coluna vertebral, caracterizada por um desalinhamento em seu próprio eixo, que pode levar a coluna para frente, para trás ou para os lados, causando um desvio que acaba afetando outros órgãos.
Importante é um diagnóstico precoce para que a estratégia de tratamento seja traçada e que se estabeleça um forte vínculo entre a equipe médica e os responsáveis pelo paciente, devido à complexidade e gravidade da situação e por se tratar de um tratamento prolongado, a depender da evolução da doença.
Condição complexa e heterogênea com relação à etiologia, manifestação e história natural, a escoliose de início precoce é causada por doenças de etiologia diversa e que apresentam evoluções e comportamentos diferentes que exigem condutas variadas, estando relacionada a quatro condições de saúde fundamentais: escoliose idiopática (causa desconhecida), má formações congênitas, síndromes associadas a escolioses e doenças neuromusculares. Todas apresentando em comum o risco potencial de comprometimento respiratório e até de morte prematura.
Como se inicia antes dos 10 anos, a escoliose de início precoce pode ocasionar danos ao sistema respiratório, que também está em fase de desenvolvimento neste período de vida. Assim, uma deformidade que ocasione uma alteração do tamanho e/ou volume da caixa torácica pode ocasionar graves repercussões respiratórias.
Sabe-se que o número estimado de alvéolos respiratórios (estruturas responsáveis pela função respiratória) ao nascimento gira em torno de 25 milhões, número este que aumenta para cerca de 250 milhões por volta dos quatro anos. Aos oito anos, o número de alvéolos se iguala ao do adulto.
Da mesma forma, ao nascimento a caixa torácica apresenta volume de cerca de 5% em relação ao de um adulto, 30% aos cinco anos e 50% – por volta dos oito anos. Somente aos 15 anos apresenta o volume do adulto. Portanto, ao tratar esses pacientes que apresentam a escoliose de início precoce, o profissional médico deve ter em mente a importância não só de corrigir a coluna, mas, também, oferecer meios que propiciem um desenvolvimento mais próximo possível do normal para caixa torácica. São situações complexas, pois em um número significativo das situações não existe um único método terapêutico que consiga resolver essas questões, necessitando, muitas vezes, de mais de uma abordagem terapêutica, uma vez que a evolução não é completamente previsível, o que exige um controle regular, por um longo período de tempo.
Importante é um diagnóstico precoce para que a estratégia de tratamento seja traçada e que se estabeleça um forte vínculo entre a equipe médica e os responsáveis pelo paciente, devido à complexidade e gravidade da situação e por se tratar de um tratamento prolongado, a depender da evolução da doença.