Dr. Alexandre Gomes: “a prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que muitas vezes se dá através do contato sexual”
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer – Inca. O alerta reforçado no mês das mulheres, marca um período de atenção especial à saúde feminina.
Além de estar relacionada ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8, a campanha Março Lilás é dedicada também à campanha de prevenção e combate ao câncer de colo uterino, cujo pico de incidência se dá na faixa etária de 45 a 50 anos. A mortalidade aumenta progressivamente a partir da quarta década de vida, segundo informações do Inca. De acordo com o órgão, no triênio 2020/2022, o Brasil deve registrar 16.710 casos novos de câncer de colo uterino no país.
Origem – O médico oncologista e diretor de oncologia do Sistema Hapvida, Alexandre Gomes, explica que a doença é iniciada a partir da alteração das células do colo do útero da mulher. “Essa alteração é causada na maioria das vezes pelo papilomavírus humano (HPV) e o exame preventivo é o Papanicolau, através da colposcopia – que permite a visualização do colo do útero e da vagina com lentes de aumento –, e pela biópsia do tecido do colo do útero. Quando esta alteração é detectada precocemente, as chances de cura são altíssimas”, explica.
Gomes acrescenta ainda, que o tabagismo também é um fator de risco para a pessoa adquirir a doença. “O tabaco aumenta a incidência desse câncer e é proporcional à quantidade de cigarros que a pessoa fuma”, alerta.
Prevenção e tratamento – Segundo o especialista, a prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que, muitas vezes, se dá através do contato sexual. “Nesse caso, o uso de preservativos é muito importante, pois o vírus pode estar presente tanto no organismo do homem quanto da mulher”, destaca.
Outra forma de prevenir a doença, de acordo com o especialista, é a vacinação contra o HPV. “O imunizante já está no calendário vacinal para meninas de 9 a 13 anos e meninos de 11 a 14 anos. Por isso, a importância de levar seus filhos para se vacinarem”, ressalta o médico do Sistema Hapvida.
Em relação ao tratamento, ele explica que pode ser feito desde a retirada parcial ou total do colo do útero, seguida ou não de radioterapia e quimioterapia. “Por isso, é importante que as mulheres e os homens, parceiros dessas mulheres, tenham consciência da importância do exame preventivo. O diagnóstico precoce salva vidas”, finaliza o oncologista.