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Estudo revela que um em cada quatro indivíduos pertencentes à Geração Z relata elevado nível de sofrimento emocional

Foto: Pixabay

A crescente prevalência de sintomas de ansiedade entre os jovens da denominada Geração Z tem sido objeto de análise em estudos contemporâneos. Pesquisa conduzida pela Associação Americana de Psicologia indica que 27% dos jovens americanos com idades entre 15 e 21 anos avaliam sua saúde mental como regular ou deficiente, proporção que supera, de forma expressiva, as gerações precedentes, a exemplo dos millennials (15%) e da Geração X (13%).

Outro estudo, elaborado pela consultoria McKinsey, revela que um em cada quatro indivíduos pertencentes à Geração Z relata elevado nível de sofrimento emocional. Este percentual quase duplica quando comparado às gerações Y e X, evidenciando um aumento significativo nos índices de ansiedade entre os mais jovens.

Entre os fatores que contribuem para tal realidade, destaca-se a pressão exercida pelas redes sociais e o uso constante de dispositivos digitais. A exposição ininterrupta a um fluxo massivo de informações, associada à comparação social, intensifica sentimentos de inadequação e amplifica os níveis de ansiedade. A interação digital frequente pode, ainda, levar ao isolamento e ao comprometimento da autoestima.

De acordo com a psicóloga Maria Klien, que vive em Portugal, com experiência em análise comportamental, “a dinâmica de um mundo em constante transformação impõe desafios que repercutem de maneira singular sobre a estabilidade emocional da Geração Z”. Ela também alerta para as ambivalências da hiperconectividade. “Embora os avanços tecnológicos viabilizem uma comunicação mais rápida, eles também intensificam a pressão por disponibilidade constante, exacerbando tensões internas”, pondera.

No âmbito das estratégias mitigadoras, a psicólogasugere intervenções direcionadas ao fortalecimento do autocuidado. “Práticas como a meditação, o estabelecimento de rotinas físicas regulares e a delimitação de fronteiras no uso de dispositivos eletrônicos podem oferecer um contrapeso eficaz às demandas do cotidiano”, recomenda. Além disso, ela enfatiza a necessidade de apoio profissional qualificado. “A terapia constitui um espaço privilegiado para a exploração de emoções e o desenvolvimento de ferramentas para o enfrentamento de adversidades”, acrescenta.

Instituições sociais e educacionais têm também um papel crucial na promoção da saúde mental. A implantação de programas de conscientização e o incentivo ao diálogo aberto podem colaborar para a redução de estigmas e oferecer suporte direto aos jovens.

O aumento dos níveis de ansiedade entre os indivíduos da Geração Z configura um fenômeno que demanda atenção e respostas imediatas. Compreender as complexidades que envolvem esse processo e propor soluções integradas são ações essenciais para assegurar uma transição mais equilibrada rumo à vida adulta, conclui.

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