Às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29/08, pneumologista alerta sobre a importância de se buscar ajuda especializada para conseguir parar de fumar
Além da lista de mais de 50 enfermidades causadas em decorrência do tabagismo, pesquisa realizada recentemente pelo Imperial College de Londres com 2,4 milhões de pessoas mostrou que fumantes apresentaram 14% mais risco de infecção pela COVID-19 e 50% mais chances de desenvolver os sintomas mais graves da doença. A maior vulnerabilidade dos fumantes à COVID-19 foi confirmada também pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outra pesquisa, realizada pela Fiocruz em território nacional, aponta que 34% dos fumantes brasileiros admitiram ter aumentado o número de cigarros fumados durante a pandemia. Com a proximidade do Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29/08, o pneumologista do Hospital Pasteur/RJ, Ricardo Fraga, comenta sobre a relação do tabagismo com a COVID-19 e alerta sobre a importância de se buscar ajuda especializada para conseguir parar de fumar. “O ato de fumar pode ter como consequência doenças pulmonares e cardíacas, além da capacidade respiratória reduzida. Fatores que contribuem para que os fumantes tenham um risco maior de desenvolver a forma mais grave da COVID-19”, explica o pneumologista. “Além da dependência química, há também a dependência psicológica. Por isso, é tão importante o acompanhamento multidisciplinar na jornada para se parar de fumar”, complementa Ricardo Fraga.
O Plano de Ação Global da OMS para a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis 2013–2020 inclui uma meta para reduzir a prevalência global do uso de tabaco em 30% até o ano de 2025 em relação a 2010. Embora o Brasil venha reduzindo o número total de fumantes em um período recente (caiu 38% entre 2006 e 2019), dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apontam que 9,8% da população, o que dá quase 22 milhões de brasileiros, ainda têm o hábito de fumar.
“O cigarro causa doenças pulmonares, cardiovasculares, diabetes e câncer, o que implica na morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo em decorrência do tabagismo. Mas três meses após a pessoa parar de fumar já pode haver alguma melhora da função pulmonar e da circulação sanguínea. Depois de um ano, há redução do risco de infarto pela metade, e em cinco anos, uma redução substancial do risco de derrame cerebral. E as chances de câncer de pulmão caem pela metade após 10 anos sem fumar. Quanto mais tempo a pessoa ficar sem fumar, mais vitalidade será recuperada”, conclui o pneumologista do Hospital Pasteur.