Fatores de risco para mal súbito e quedas em idosos
Dra. Caroline Daitx: “as quedas são especialmente perigosas e podem levar a traumas cranioencefálicos, sangramentos internos e piora rápida da saúde do paciente”
O cantor Agnaldo Rayol, um dos maiores ícones da música romântica brasileira, faleceu aos 86 anos na última sexta-fera (04/11), após sofrer uma queda em sua residência. O incidente, que levou à sua morte, expõe uma questão crítica que atinge muitos idosos: a vulnerabilidade a quedas e a complicações fatais relacionadas ao mal súbito. Trata-se de eventos comuns entre pessoas idosas devido a uma combinação de fatores, como doenças crônicas, fragilidade física e alterações metabólicas.
A médica Caroline Daitx, especialista em Medicina Legal e Perícia Médica, de São Paulo/SP, explica que a idade avançada acarreta um aumento expressivo de riscos para uma série de condições graves que podem resultar em mal súbito ou quedas fatais. “Em idosos, as causas de morte e mal súbito estão comumente associadas a doenças cardiovasculares, como infarto e arritmias, acidente vascular cerebral (AVC), doenças respiratórias, distúrbios metabólicos, infecções e traumas”.
As quedas, acrescenta, podem causar também traumas cranioencefálicos, sangramentos internos e piora rápida da saúde do paciente. No caso de Rayol, embora detalhes específicos não tenham sido divulgados, a queda que resultou em sua morte levanta questões sobre a prevenção e os cuidados necessários para minimizar esses riscos em idosos.
De acordo com a Dra. Caroline Daitx, uma queda pode agravar condições de saúde preexistentes, principalmente quando há trauma craniano ou outras lesões significativas. “O envelhecimento do sistema cardiovascular, comum entre pessoas idosas, eleva a probabilidade de eventos como infartos silenciosos e arritmias, que, frequentemente, não apresentam sintomas óbvios, aumentando a chance de perda súbita de consciência e quedas”.
Além das causas cardiovasculares, a especialista menciona que “o acidente vascular cerebral, que ocorre tanto na forma isquêmica, com interrupção do fluxo sanguíneo ao cérebro, quanto na forma hemorrágica, com rompimento de vasos sanguíneos, é uma das principais causas de morte súbita em idosos. Em ambos os casos, a falta de circulação sanguínea adequada ou o sangramento intracraniano pode ser fatal”.
Nesse sentido, ela alerta para a importância de cuidados regulares de saúde na terceira idade. “O acompanhamento médico para controle de doenças crônicas é essencial para evitar complicações graves. Monitorar problemas como hipertensão, diabetes, doenças pulmonares e realizar exames preventivos é um caminho que pode salvar vidas”, afirma.
Lembra também que “nos casos de queda, o socorro imediato é vital, pois um rápido atendimento pode reduzir as chances de agravamento do quadro clínico”.