Dr. Walter Pace: “a nova realidade representa um marco na história da Ginecologia e de um novo momento para a saúde da mulher”.
Um novo paradigma na área médica, da maior importância para a saúde da mulher, foi a recente notícia da FDA- Food and Drug Admistration de quenão exigirá mais avisos nos tratamentos de reposição hormonal, nos medicamentos destinados a sintomas da menopausa, fase da vida feminina cada vez mais em debate no Brasil.
A nova análise da FDA indicou que o risco para doença é minimizado quando a terapia hormonal é utilizada de forma adequada, como no caso da menopausa, e está pedindo que os fabricantes removam o aviso de tarja preta.
Para o ginecologista Walter Pace, defensor da reposição hormonal, “a nova realidade representa um marco na história da Ginecologia e de um novo momento para a saúde da mulher”. O Dr. Walter Pace é titular da Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (ABGO) e Professor Doutor da Pó -Graduação de Ginecologia da Faculdade ciências Médicas de Minas Gerais.
Há dezenas de anos, Pace vem fazendo a defesa da terapia de reposição hormonal na menopausa, desde que utilizada adequadamente para cada paciente. Ao logo dos últimos anos, ele tem destacado o tema em conferências, mesas-redondas e entrevista na mídia. Segundo ele, “este é um momento muito importante da medicina e será lembrado por gerações futuras”.
Menopausa – Conforme explica, a menopausa é uma fase natural que marca o fim definitivo dos ciclos menstruais e da capacidade reprodutiva da mulher. Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos, mas pode variar para mais cedo ou mais tarde.
Esse é um período bastante difícil para muitas mulheres, que ficam deprimidas exatamente porque os sintomas da menopausa afetam drasticamente o seu dia a dia, sendo primordial trabalhar o seu bem-estar mental e emocional, que merece especial atenção por parte da paciente e seu parceiro ou parceira”, observa o especialista.
Os sintomas da menopausa afetam significativamente a vida de muitas mulheres. Entre eles, o Dr. Walter Pace cita suores noturnos, secura vaginal, alterações de humor, insônia, redução da libido, dores articulares e musculares e alterações cognitivas.
De acordo com o ginecologista, além desses sintomas, a menopausa também pode aumentar o risco de determinadas condições de saúde. Por exemplo, a redução dos níveis de estrogênio está associada a um maior risco de osteoporose, doenças cardiovasculares e alterações no metabolismo lipídico. “Por isso, é importante cuidar da saúde como um todo, durante este período e adotar medidas preventivas adequadas”, alerta.
Reposição Hormonal – Dentro desse contexto, é cada vez mais comum a busca pelo tratamento com reposição hormonal com o objetivo de eliminar todos esses transtornos causados pelos sintomas da menopausa. Segundo Pace, o Implante hormonal é uma via de administração de hormônios de forma subcutânea. Pelo fato da medicação não passar pelo fígado e pelo estômago, esse procedimento traz uma série de vantagens, principalmente, evita efeitos colaterais.
Ele é inserido na pele, através de um tubinho de 4cm a 5cm, contendo substâncias que caem na corrente sanguínea, e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino. É comum a utilização desses hormônios para bloquear a evolução e tratar desequilíbrios, assim como em casos de doenças hormônio dependentes.
Tratamentos individualizados – Com relação aos tratamentos individualizados, o Dr. Pace, que está à frente da Sociedade Brasileira de Medicina Personalizada, explica que são usadas substâncias e doses específicas para cada paciente. “Esse é um aspecto muito importante que levamos em consideração, porque, evidentemente, cada caso é um caso”, Os tratamentos individualizados, afirma, “podem minimizar o surgimento de efeitos colaterais, como sangramento uterino anormal, transtornos da pele e do couro cabeludo, irritabilidade e inchaço, entre outros”.
Partindo do princípio que o hormônio em si não faz mal, mas, sim, o seu excesso ou a sua carência, a partir de uma medicação ou esquema hormonal que seja equilibrado, esses efeitos colaterais tendem a reduzir. Os tratamentos hormonais, na maioria das vezes, têm como propósito tratar uma determinada carência, ou algumas vezes, tratar o excesso. O que de fato faz mal é o desequilíbrio, pontua Pace, acrescentando ainda que, “por meio de um tratamento individualizado, é possível montar um esquema equilibrado, eliminando os efeitos colaterais”.
