Dr. Geovanne Mauro: “A leucemia se manifesta na medula óssea, considerada nossa ‘fábrica de sangue’, e causa o crescimento acelerado e anormal nas células sanguíneas”.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (InCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência. A leucemia ocupa a nona posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a décima primeira em mulheres. No Brasil, ainda de acordo com o InCA, em 2023 serão diagnosticados mais de 11 mil casos novos da doença, sendo 6.250 em homens e 5.290 em mulheres. Diante dessa realidade, o segundo mês do ano passou a ser dedicado à campanha Fevereiro Laranja, instituída no Estado de São Paulo para ações dedicadas ao diagnóstico precoce da leucemia e à conscientização sobre a doação de medula óssea.
De acordo com o radio-oncologista Dr. Geovanne Mauro, do InRad – Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP/São Paulo, “a leucemia se manifesta na medula óssea, considerada nossa “fábrica do sangue”, e causa o crescimento acelerado e anormal nas células sanguíneas. A doença pode ser classificada, de acordo com as células que afetam, em mieloides e linfocíticas e, também, em agudas ou crônicas, levando-se em consideração a diferenciação das células neoplásicas”.
Diagnóstico – Assim como o de várias doenças, o diagnóstico de leucemia deve ser feito precocemente, a fim de garantir um maior sucesso no tratamento. Para isso, é fundamental que o paciente não ignore sintomas e procure um médico ao perceber, por exemplo, o surgimento de infecções persistentes, aumento de gânglios e o surgimento de hematomas no corpo.
Tratamento – Para o tratamento, cada caso deve ser avaliado de forma individual, observando o tipo de leucemia que a pessoa possui e a fase em que a doença se encontra. Atualmente, o Brasil conta com as seguintes opções: quimioterapia, imunoterapia, radioterapia e o transplante de medula óssea. Além disso, normalmente há a associação de diferentes recursos terapêuticos.
“No InRad, contamos com a radioterapia em duas situações especiais para o tratamento da doença: no controle de leucemias que atingem o sistema nervoso central ou com grande risco de atingirem, e no condicionamento de pacientes que serão submetidos a transplante de medula óssea.” – aponta o rádio-oncologista. Ainda, segundo ele, o transplante de medula é uma modalidade de tratamento curativo para muitos casos de leucemia e a radioterapia pode ser associada ao tratamento para melhorar os resultados dos transplantes.
A importância da doação de medula óssea – O Brasil conta com o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo – são mais de 5,5 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).
De acordo com o Dr. Geovanne Mauro, a doação consiste em um compartilhamento de medula, visto que, entre 15 a 30 dias a medula se reconstitui naturalmente. É um ato de empatia, do qual você oferece a sua contribuição e não fica sem. É um ato de compartilhamento de vida.
Para ser um doador, é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. O cadastro pode ser feito em todos os hemocentros do país.