A reumatologista Lilian Santuza Santos Porto: “sabemos que o paciente apresenta um aumento da sensibilidade à dor, devido a uma redução das substâncias químicas anestésicas do organismo” Crédito foto: Christiano Senna | Santa Casa BH
Com o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”, a campanha Fevereiro Roxo busca chamar atenção da sociedade que, apesar dos pacientes terem doenças incuráveis, não significa que não possam ter qualidade de vida. A iniciativa surgiu em 2014, em Uberlândia, para conscientizar a população sobre a Fibromialgia, o Lúpus Eritematoso Sistêmico e o Alzheimer. Essas doenças são distintas, mas possuem em comum o fato de serem incuráveis e crônicas. Porém, se tratadas adequadamente podem estabilizar e, até mesmo, entrar em remissão, no caso do Lúpus e da Fibromialgia.
A Fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica caracterizada, principalmente, pela presença de dor musculoesquelética difusa e fadiga. Outros sintomas podem estar presentes em graus variados, como os distúrbios gastrointestinais funcionais e de memória e atenção, além da dor pélvica crônica e a enxaqueca. Alguns pacientes podem apresentar também quadros de ansiedade e depressão. O seu tratamento apresenta três pilares complementares: a atividade física, as terapias psicológicas e os medicamentos.
De acordo com a reumatologista da Santa Casa BH, Dra. Lílian Santuza Santos Porto, a causa da Fibromialgia ainda não está completamente estabelecida. “Sabemos que o paciente apresenta um aumento da sensibilidade à dor, devido a uma redução das substâncias químicas anestésicas do organismo. Por outro lado, o sistema límbico – que regula nossas emoções, também participa do mecanismo de regulação da dor. Por isso, o controle das emoções e do estresse é fundamental para o adequado manejo da dor”, destaca.
Já o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença inflamatória crônica de causa autoimune, quando o sistema imunológico ataca as células saudáveis do corpo. Ela acomete, principalmente, mulheres na fase reprodutiva. É uma doença que pode afetar diversos órgãos e tecidos, como a pele, as articulações, os rins, as células do sangue, o sistema nervoso, o coração e os pulmões. “Na maioria dos casos, a enfermidade é de leve a moderada, mas algumas vezes pode ser grave e até fatal. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor e mais rápida será a resposta ao tratamento. O paciente deve ficar atento aos primeiros sinais e sintomas da doença e procurar a ajuda de um reumatologista o mais cedo possível”, explica a Dra. Lílian Porto.
Os sintomas mais precoces costumam ser o aumento da sensibilidade ao sol, com a presença de lesões vermelhas ou vermelhas e descamativas nas áreas foto expostas (face, colo, braços e pernas), a queda dos cabelos e a presença de dor, calor, vermelhidão e/ou edema das articulações das mãos, punhos, cotovelos, joelhos e/ou tornozelos. Alguns pacientes podem apresentar febre baixa, aumento dos linfonodos e fraqueza. Outros sintomas, que sugerem um acometimento mais grave, são as alterações do aspecto da urina (urina cor de coca-cola e com espuma), o aumento da pressão arterial, a presença de inchaço nas pernas, falta de ar, dor de cabeça de forte intensidade, confusão mental e convulsões, entre outros. É fundamental também que o paciente siga rigorosamente as orientações médicas e o tratamento medicamentoso para que a doença não se agrave. O paciente pode apresentar insuficiência renal com necessidade de diálise, evoluir com sequelas neurológicas graves e até ir a óbito.
Quanto o Alzheimer sua incidência vem aumentando por conta da longevidade da população. A doença se manifesta geralmente após os 60 anos e é caracterizada pela perda progressiva da capacidade cognitiva e memória. Para uma melhor evolução da doença, é fundamental o diagnóstico precoce. Por isso, aos primeiros sintomas, o paciente deve procurar um profissional especialista em demências, como o neurologista, o geriatra e o psicogeriatra (psiquiatra especialista em Psiquiatria Geriátrica).