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Fevereiro Roxo: tenho fibromialgia, e agora?

Dra. Bruna Giusto: “a doença é de difícil diagnóstico e exige cuidados multidisciplinares”

Caracterizada por uma dor crônica que se manifesta pelo corpo todo, especialmente nos tendões e articulações, a síndrome da Fibromialgia (FM) está associada a outros sintomas como fadiga, alterações do sono, distúrbios emocionais e psicológicos, como depressão e ansiedade, alterações cognitivas de memória e de atenção, e até distúrbios intestinais.

Seu diagnóstico é clinico, ou seja, não existem exames que comprovem a doença. Assim, chegar a uma conclusão pode ser uma longa jornada, principalmente pela falta de informação do paciente, descrédito de parentes e até profissionais, além da banalização da dor.

Com a vida mais corrida e o acumulo de tarefas, o senso comum de muitas pessoas acredita que sentir dor é parte da rotina, mas não é. Por isso, a Dra. Bruna Giusto, reumatologista da Cobra Reumatologia e do Hospital Nove de Julho/São Paulo, alerta para os critérios para um diagnóstico precoce e o tratamento correto que, apesar de exigir cuidados multidisciplinares, com o possível auxílio de um fisioterapeuta e um psicólogo, deve ser acompanhado por um reumatologista.

Entre os critérios de avaliação para o diagnóstico estão:

  • Dor difusa por mais de três meses;
  • Sensibilidade ao toque;
  • Presença de áreas de dor. Como o paciente com fibromialgia não consegue delimitar a dor, procurar por pontos para o diagnóstico é um erro, pois os mesmos podem ser confundidos com quadros de artrite.
  • Fadiga e alterações no sono.
  • Alterações de concentração e memória (muito comum)
  • Alterações urinárias

Em 90% dos casos, as pessoas acometidas pela doença reumatológica são mulheres, entre 35 e 50 anos. No entanto, homens, crianças, adolescentes e idosos também estão suscetíveis à doença.  Mas, então, tenho fibromialgia, e agora?

Segundo a Dra. Bruna os tratamentos para a enfermidade têm se mostrado bastante eficazes no controle da doença. Por isso, o importante é buscar ajuda médica assim que os sintomas começarem. Para o tratamento medicamentoso há o uso de moduladores da dor, como antidepressivos duais (duloxetina, venlafaxina) e da classe dos anticonvulsivantes (pregabalina, gabapentina).

Outros pontos fundamentais também para o controle da dor, ressalta a especialista, são a prática de atividade física regular individualizada para a pessoa, terapia cognitivo comportamental e atividades de mindfulness. Por isso, seguem algumas dicas:

  • Mantenha um programa regular de exercícios físicos. Sempre converse com seu médico sobre as melhores opções de atividades.
  • Busque encontrar equilíbrio e fugir de situações que aumentem o estresse, já que o emocional está diretamente ligado às crises. Meditação, massagem e acupuntura podem ser grandes aliados.
  • Procure se desconectar totalmente quando for dormir, desligue todas as luzes, barulhos e distrações.
  • Se seu trabalho exige que fique sentado por longas horas, busque sempre a posição mais confortável.
  • Procure se informar por fontes médicas confiáveis sobre quais tratamentos seguir e como proceder durante as crises.
  • Busque um médico reumatologista com quem se identifique para partilhar seu tratamento e sua jornada. Uma boa rede de apoio e confiança em seu médico faz toda diferença. Esclareça suas dúvidas sempre.

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