Sede da Fiocruz/Rio de Janeiro – Crédito: Fiocruz
Fonte: Fiocruz Notícias
As notícias sobre vacina contra a Covid-19 são sempre acompanhas pelos diversos segmentos da sociedade com forte expectativa, por motivos óbvios. Passados alguns meses desde a divulgação do primeiro caso de covid no Brasil, tudo mudou rapidamente e a população está assustada. Afinal, em pouco tempo, todos nós já conhecemos pessoas que se contaminaram com a Covid-19 e, mais triste, que morreram pela doença.
A boa notícia, que interessa a todos e é vista com otimismo pela comunidade em geral, foi divulgada pela Fiocruz Notícias, informando que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, e a AstraZeneca assinaram, nesta sexta-feira (31/7), um documento que dará base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança. O entendimento é o passo seguinte às negociações realizadas pelo governo federal, a Embaixada Britânica e o laboratório AstraZeneca.
“O Ministério da Saúde prevê um repasse de R$ 522,1 milhões para processamento da vacina. Outro R$ 1,3 bilhão é referente à encomenda tecnológica, que permitirá o recebimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e a transferência de tecnologia. Além disso, serão repassados investimentos na ordem de R$ 95,6 milhões para adaptações necessárias às áreas produtivas e de controle de qualidade do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O objetivo é ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas e tecnologia disponível para a proteção da população”, afirma Camile Giaretta, diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.
“Demos mais um passo importante para a formalização do acordo entre os laboratórios. Essa ação do governo federal significa um avanço para o desenvolvimento de tecnologia nacional e de proteção da população brasileira”, ressalta.
De acordo com a Fiocruz Notícias, o Memorando de Entendimento que define os parâmetros econômicos e tecnológicos para a produção da vacina da Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, já está em fase de estudos clínicos no Brasil e em outros países. O acordo prevê o início da produção da vacina no Brasil a partir de dezembro deste ano e garante total domínio tecnológico para que Bio-Manguinhos tenha condições de produzir a vacina de forma independente.
“Nos seus 120 anos de história, a Fiocruz sempre respondeu às grandes questões do SUS e às emergências sanitárias. Frente à pandemia da Covid-19, chegarmos a esse momento para celebrar o acordo com a farmacêutica AstraZeneca e realizar a encomenda tecnológica e a incorporação da tecnologia em Bio-Manguinhos é um passo fundamental para salvar vidas e garantir a autonomia e a soberania do nosso país na questão da vacina”, ressalta Nísia Trindade, presidente da Fiocruz.
O Fiocruz Notícias destaca que o acordo entre a Fundação e AstraZeneca é resultado da cooperação entre o governo brasileiro e governo britânico, anunciado em 27 de junho pelo Ministério da Saúde. O próximo passo será a assinatura de um acordo de encomenda tecnológica, previsto para a segunda semana de agosto, que garante acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses entre dezembro e janeiro e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021.
Segundo o veículo, a Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início da produção industrial. Com sua larga experiência em produção de vacinas, a instituição também colocará à disposição sua capacidade técnica a serviço dos esforços mundiais para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto a outros parceiros.
Ao mesmo tempo, informa a Fiocruz Notícias, a Fundação Oswaldo Cruz constituiu um comitê de acompanhamento técnico-científico das iniciativas associadas às vacinas para a Covid-19. O comitê é coordenado pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e tem a participação de especialistas da Fiocruz e de instituições como USP, UFRJ e UFG.
A vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), que atende o Sistema Único de Saúde (SUS). O acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária.