Para celebrar o Dia Nacional da Conscientização sobre a doença, o Baleia promove evento no dia
Foto: Divulgação-Baleia
O Dia Nacional da Conscientização Sobre a Fissura Labiopalatina é celebrado em todo o país, nesta segunda-feira, 24 de junho. A data tem como objetivo conscientizar e informar a sociedade sobre as questões trazidas por esse problema, bem como a importância de tratar esta malformação com um especialista, de forma multidisciplinar.
A fissura labiopalatina é uma condição congênita em que há comprometimento da fusão dos processos faciais durante a gestação. Trata-se de uma abertura no lábio ou no palato (céu da boca), nariz, musculatura, mucosa e muitas vezes, no osso. Essas aberturas resultam do desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato, enquanto o bebê está se formando. O lábio e o céu da boca desenvolvem-se separadamente durante os três primeiros meses de gestação. Nas fissuras mais comuns o lado esquerdo e o direito do lábio não se juntam, ficando uma linha vertical aberta.
A mesma situação pode acontecer com o céu da boca. Em casos mais raros pode haver duas fissuras no palato, uma do lado direito e outra do lado esquerdo.
A condição está relacionada a fatores genéticos e ambientais e afeta aproximadamente uma criança a cada 650 nascimentos, sendo a deformidade congênita facial mais comum e a segunda que mais acomete o ser humano no mundo. Somente no Brasil, nascem por ano cerca de cinco mil crianças com essa malformação.
Em Minas Gerais, essas crianças têm um local de atendimento completo no Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, que possui o Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatinas e Deformidades Craniofaciais – CENTRARE. Atualmente, são 6.835 crianças e adolescentes cadastrados, em tratamento, em diversas fases, dependendo da idade e evolução de cada caso. O paciente é avaliado por uma junta de especialistas, que indicam os primeiros passos do tratamento e esclarecem à família tudo que será realizado dali em diante.
De acordo com Camila Alkimin – Enfermeira Coordenadora do CENTRARE, o tratamento inclui cirurgias plásticas, além de acompanhamento com as especialidades: Otorrinolaringologia, Ortodontia, Odontologia, Fonoaudiologia, Pediatria, Nutrologia, Genética, Assistência Social, Psicologia, Enfermagem, Cirurgião Geral e Terapeuta Ocupacional. Todas as semanas, especificamente às quartas-feiras, oito novos pacientes são encaminhados para a equipe.
Naqueles que têm fissuras de lábio e palato (céu da boca), até os dois anos de idade são feitas, geralmente, duas cirurgias. Na primeira, com menos de um ano de idade, fecha os lábios. Na segunda, opera-se o palato. “Essas primeiras intervenções são importantes para o desenvolvimento da criança, pois as más formações abrem portas para infecções e dificuldade na alimentação. Outras cirurgias podem ser realizadas ao longo dos anos de desenvolvimento da criança, podendo se estender até os 18 anos, em alguns casos”, observa.
Evento do Baleia – Durante o Dia Nacional da Conscientização Sobre a Fissura Labiopalatina e para comemorar os 80 anos do Hospital da Baleia, os pacientes do CENTRARE participarão de uma atividade lúdica com pinturas e fotografias, cujos trabalhos farão parte da exposição “80 Cores de alegria”, em outubro, durante as festividades do aniversário do hospital.