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Ginecologista Walter Pace participa de debates sobre climatério e menopausa na Assembleia Legislativa de MG

Dr. Walter Pace:  “é preciso identificar sinais e sintomas relacionados à menopausa e buscar acompanhamento médico específico para cada caso¨

A menopausa é um período associado a múltiplas transformações físicas e mentais no organismo feminino. É neste momento que a menstruação é interrompida e os ovários passam por uma queda abrupta na produção dos hormônios – este fenômeno recebe o nome de falência ovariana. Essa mudança repentina pode ocasionar danos à saúde e a qualidade de vida da mulher e desencadear problemas sérios, tal como a depressão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030 teremos 1 bilhão de pessoas com sintomas da menopausa.  Atualmente, no Brasil, são cerca de 18 milhões de mulheres nessa condição. A menopausa é uma fase que requer acompanhamento médico individualizado a fim de se evitar possíveis doenças e transtornos emocionais.

O tema foi discutido na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, no último dia 16 de julho, Dia de Conscientização sobre Climatério e a Menopausa, com a participação especial do Professor-Doutor Walter Pace, e Coordenador Geral da Pós-Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Presidente do PHD Pace Hospital. Médico do Centro de Endometriose do Hospital Santa Joana/SP. Em destaque, o projeto (PL 3.795/22), de autoria da deputada Ana Paula Siqueira (REDE/Sustentabilidade), que visa incentivar à assistência e amparo à saúde física e mental das mulheres.

Questão hormonal – Após a última menstruação há uma queda muito expressiva na produção de hormônios produzidos pelos ovários, sobretudo, o estrogênio, a testosterona e a   progesterona. Essa condição pode contribuir para o surgimento de sintomas como irritabilidade, falta de sono, instabilidade de humor, falta de disposição, baixa libido, ressecamento da vagina, pele, cabelo e unhas, diminuição da secreção vaginal – levando muitas vezes à dispareunia (dor genital que ocorre durante a relação sexual), piora da memória e até casos mais graves, tais como, osteoporose e quadros depressivos.

Conforme explicou Walter Pace durante o evento, todos esses sintomas podem estar relacionados à queda abrupta dos hormônios com a chegada da menopausa. “Os hormônios não fazem mal à saúde, aliás, são substâncias produzidas pelo nosso corpo, essenciais à vida ou qualidade de vida. O que faz mal é a carência ou o excesso, ou seja, o desequilíbrio hormonal causado pela falência do ovário”, observou.

Os hormônios possuem funções específicas e são fundamentais para garantir a dinâmica das atividades biológicas do corpo, pois regulam o crescimento, influenciam a vida sexual e promovem o equilíbrio interno, além de outros benefícios. O declínio da produção do estrogênio e da testosterona, por exemplo, podem acarretar episódios de depressão, falta de estímulo para conduzir situações do dia a dia e apatia.

Como identificar o problema? – De acordo com o ginecologista, é preciso identificar sinais e sintomas relacionados à menopausa e buscar acompanhamento médico específico para cada caso. É comum mulheres procurarem tratamentos alternativos com base em antidepressivos e ansiolíticos para minimizar os impactos da depressão no período da menopausa. O Dr. Walter Pace alerta sobre os riscos desses medicamentos para a saúde da mulher. “Infelizmente, em vez de tratar a causa (queda dos hormônios), são utilizados medicamentos antidepressivos que causam dependência e uma série de efeitos colaterais, sendo que, muitas vezes, só com o tratamento hormonal as pacientes já melhoram. É de suma importância que se faça um diagnóstico diferencial com o seu médico de confiança para compreender o que de fato é uma doença psiquiátrica ou uma questão relacionada à carência hormonal”, comenta o médico.  

Tratamento com implantes hormonais – Buscar um tratamento individualizado pode fazer a diferença aos primeiros sinais de sintomas da menopausa. Além disso, um estilo de vida saudável com a prática de atividade física, alimentação equilibrada e manter bons relacionamentos na vida pessoal, podem colaborar para minimizar eventuais problemas.

Quanto ao tratamento com o implante hormonal, ele é extremamente eficaz e seguro na realização da reposição de hormônios bioidênticos (isoidênticos) – similares as substâncias produzidas pelo corpo (estrogênio, testosterona e progesterona) e deve ser indicado para as mulheres durante a menopausa, orienta Walter Pace. Segundo explica, diferente dos métodos convencionais, os implantes permitem a condução de um tratamento individualizado. O procedimento é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de substâncias hormonais, a exemplo do estradiol e da testosterona. 

“Quando bem indicado, de forma individualizada, o estradiol, a testosterona e a gestrinona ajudam bastante a melhorar a autoestima e o bem-estar, promovem disposição física e mental, alívio da ansiedade, diminuição da instabilidade de humor. Melhoram também a secreção vaginal, aumentam a libido, reduzem a gordura corporal e aumentam a massa muscular. Além disso, auxiliam em questões ligadas aos sintomas da depressão, acrescenta o médico.

Normalmente, acrescenta, a dose de hormônios é proporcional ao histórico de cada paciente e deve seguir rigorosamente as prescrições médicas.

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