Goiás acende alerta no Maio Amarelo: número de acidentes e mortes aumenta nas rodovias que cortam o estado

Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico ressalta a gravidade do cenário

Imagem: Freepik

Durante o Maio Amarelo, campanha dedicada à conscientização para a redução de acidentes de trânsito, os números registrados em Goiás chamam atenção pela frequência e gravidade dos acidentes nas rodovias federais que cortam o estado. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), os índices vêm crescendo ano a ano, impactando diretamente a vida da população, a segurança viária e os sistemas de saúde pública.

De acordo com a PRF, em 2023 foram registrados 2.173 sinistros nas BRs que atravessam o território goiano, com 165 mortes. No ano seguinte, os números aumentaram para 2.376 sinistros, resultando em 169 mortes. Já em 2025, até o mês de março, foram contabilizados 600 sinistros com 46 óbitos.

 A capital, Goiânia, também apresenta dados preocupantes, foram 563 sinistros com 36 mortes em 2023, passando para 608 sinistros e 32 mortes em 2024. Em 2025, até março, foram registrados 160 sinistros, com 17 vítimas fatais.

A PRF aponta que entre os principais fatores associados aos sinistros nas rodovias de Goiás estão a condução sob efeito de álcool ou drogas, excesso de velocidade, falhas mecânicas e motoristas não habilitados.

Esses números mostram que a imprudência ainda é um dos maiores inimigos da segurança no trânsito, alerta o Dr. Robinson Esteves, presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA). “Estamos falando de comportamentos evitáveis, que têm custado vidas todos os dias”, destaca.

Segundo o médico, os sinistros não representam apenas perdas humanas imediatas, mas, também, geram um efeito dominó que sobrecarrega o sistema de saúde pública e causa prejuízos socioeconômicos de longo prazo. “As lesões mais comuns envolvem fraturas graves nas extremidades, como fêmur, tíbia e coluna, além de traumas cranianos severos. Muitas vezes, os pacientes ficam com sequelas permanentes que os impedem de voltar ao trabalhoIsso significa que, além do sofrimento pessoal e familiar, há um impacto direto na economia, já que muitos dos envolvidos são trabalhadores que dependem do transporte rodoviário para exercer suas funções. O custo da reabilitação, que pode durar anos, também recai sobre o sistema público de saúde”, observa.

Conforme ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, a segurança no trânsito deve ser tratada como um esforço coletivo. É responsabilidade compartilhada entre o poder público, os condutores e a sociedade como um todo. Nesse sentido, “é fundamental investir em campanhas de educação no trânsito, melhorar a infraestrutura viária e garantir fiscalização eficaz”, afirma o seu presidente, enfatizando ainda a importância de se criar políticas públicas voltadas para a formação de condutores e para a manutenção dos veículos. “Dirigir sem habilitação, em más condições físicas ou com o veículo em situação precária, não pode ser tolerado. A fiscalização precisa ser contínua e firme para coibir esses comportamentos”, defende.

Com os números de sinistros em alta já nos primeiros meses de 2025, a campanha Maio Amarelo ganha ainda mais relevância para reforçar a necessidade de uma mudança de cultura no trânsito. “A cada sinistro evitado, não estamos apenas salvando vidas, mas preservando também famílias, empregos e o futuro de milhares de brasileiros”, conclui Esteves.

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