Hipertensão arterial pode ser fator para 80% dos óbitos por AVC no país

Doença é silenciosa, perigosa e responsável por 400 mil óbitos no país por ano

         Em último relatório do Ministério da Saúde (2022) sobre o quadro nacional relacionado à hipertensão arterial, casos aumentaram em 3,7% nos últimos 15 anos no país. A doença é responsável por cerca de 400 mil mortes no Brasil por ano e está relacionada a 80% dos óbitos de AVC e 60% dos casos de infarto. Com base na última Pesquisa Nacional de Saúde (2019), Minas Gerais está em segundo lugar dentre os estados com maiores registros de pessoas com a comorbidade (27,7%).

De acordo com o cardiologista José Pedro Jorge Filho, cooperado da Unimed-BH, “muitas pessoas podem ser hipertensas e desconhecer o problema que afeta órgãos-alvo, como cérebro, coração, vasos e rins. Por isso, a consulta periódica é essencial para o diagnóstico e tratamento adequado da doença, de forma a evitar complicações”. 

A hipertensão, explica, é quando o nível de pressão arterial está igual ou acima de 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio), conhecida como 14/9 – o primeiro valor corresponde à contração do coração e o segundo, ao seu relaxamento. Essa doença pode ser um atalho para outras enfermidades, como obesidade, insuficiência dos rins, AVC e infarto, por exemplo. A associação com doenças, como diabetes e colesterol alto, aumenta o risco.

Entre os possíveis sintomas do AVC, pode-se destacar sensibilidade ou movimento corporal alterado, dificuldade de fala ou compreensão, falta de equilíbrio, dor de cabeça forte ou súbita, dificuldade para enxergar e/ou engolir, náusea ou vômito e/ou perda de consciência (desmaio). O médico reforça a importância de se procurar ajuda especializada. “O reconhecimento dos sinais é fundamental para se instituir as medidas adequadas para minimizar sequelas. A cada minuto após um AVC, por exemplo, perde-se, em média, 1,9 milhão de neurônios. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais são as chances de recuperação e bem-estar”.

Tratamento – A pressão alta não tem cura, mas pode ser controlada, proporcionando qualidade de vida e minimizando riscos. O diagnóstico é feito com o auxílio de exames laboratoriais, eletrocardiograma e o histórico da pessoa e de possíveis familiares com hipertensão. O tratamento deve ser individualizado e somente pode ser indicado por um médico especializado.

O diagnóstico precoce e a mudança de hábitos são importantes para o controle da doença. Conforme destaca o cardiologista, “o tratamento começa com a conscientização que a pessoa precisa de uma mudança no estilo de vida, como controle do peso, prática de atividades físicas regulares, dieta rica em grãos integrais, frutas, hortaliças, e com baixo teor de sal e de gordura, interromper o uso de tabaco, reduzir a ingestão de álcool e controlar o estresse”.

Os medicamentos nem sempre são necessários, mas quando são, geralmente se mostram eficazes, bem tolerados e disponíveis a valores acessíveis no mercado. Alguns são fornecidos gratuitamente pelo SUS e através do programa Farmácia Popular.

Aferição da pressão arterial – Medir a pressão em casa é simples e fácil, mas é importante tomar uma série de cuidados para que os valores apresentados sejam corretos: 

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