Hospital da Baleia retira mioma de quase 6 quilos. Paciente do SUS aguardava há quase dois anos por cirurgia

A professora Juliana Trindade Alvim: “sentia muita dor na virilha, compressão dos órgãos, incontinência urinária e menstruação forte (hemorragia)” – Crédito: Divulgação/Hospital da Baleia

Depois de uma longa espera, na última sexta-feira, 20 de novembro, Juliana Maria Trindade Alvim, 47 anos, teve alta médica após uma cirurgia difícil. O que parecia uma saga interminável com inúmeros momentos constrangedores para Juliana, terminou em um procedimento muito bem-sucedido e algo raro: um mioma de quase 6 quilos. Natural da cidade de Bom Sucesso/MG e professora da Educação Infantil no município, a paciente conta que em outubro de 2018 sentiu uma cólica forte e procurou o posto de saúde na sua cidade. “Foi feito um ultrassom. Porém, o médico disse que era cólica nos rins e que não havia visto nenhum mioma”, relatou.

Em março de 2019, a paciente fez novamente uma consulta ao ginecologista, pois as dores só aumentavam. “Sentia muita dor na virilha, compressão dos órgãos, incontinência urinária e menstruação forte (hemorragia) ”, relembrou Juliana. Através de novo exame de ultrassom, foi identificado um mioma de 1.600 kg, mas a Secretaria de Saúde do município não conseguiu agendar sua cirurgia.

Em agosto de 2019, a paciente teve trombose, agravando ainda mais o seu estado de saúde. Juliana já não conseguia levantar da cama e foi necessário fazer o tratamento da trombose para depois agendar a cirurgia de retirada do mioma. Em janeiro deste ano, a paciente foi encaminhada para o Hospital da Baleia e deu início aos exames pre-cirúrgicos. Nesse momento, o mioma já estava com 3.200kg. No entanto, no mês de fevereiro, por conta da pandemia, as cirurgias eletivas foram desmarcadas e a de Juliana também.

Com a retomada das cirurgias eletivas, o procedimento de Juliana foi remarcado e ocorreu no dia 13 de novembro. O cirurgião e coordenador do Centro de Ginecologia do Hospital da Baleia, Maurício Bechara Noviello, conduziu, juntamente com sua equipe, uma cirurgia de histerectomia abdominal. Foi encontrado um mioma de grande tamanho no útero da paciente, pesando já quase 6 quilos. Juliana ficou três dias em recuperação no CTI do Baleia e depois, sem complicações, foi transferida para a enfermaria do hospital. Os médicos seguem confiantes: “Agora é manter os cuidados de um pós-cirúrgico e aguardar o resultado da biópsia. Além disso, é sempre bom destacarmos a importância das consultas regulares ao ginecologista”.

O médico que coordena o Serviço de Ginecologia há quase 20 anos, faz questão de dizer que “no Baleia, o SUS dá certo”. Segundo Maurício Bechara, anualmente, são mais de 1700 cirurgias ginecológicas, dentre procedimentos em oncologia, endoscopia com histeroscopia-laparoscopia, endometriose infiltrativa, propedêutica do colo uterino, uroginecologia e reconstrução do assoalho pélvico e intervenção cirúrgica para doenças benignas do trato gênito urinário. Anualmente também, cerca de 30 residentes, recebem formação da equipe do Serviço de Ginecologia.

Hospital da Baleia – A Fundação Benjamin Guimarães / Hospital da Baleia é uma das principais instituições de saúde filantrópicas de Minas Gerais. Há mais de 76 anos atende com excelência quem mais precisa de saúde, com atendimentos a 88% dos municípios mineiros, sendo mais de 90% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital da Baleia oferece 30 especialidades médicas e tem como referências os Centros de Oncologia Adulta e Pediátrica, Nefrologia (Hemodiálise e Transplante Renal), Ortopedia, Pediatria e Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além do Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare).

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